Publicado por Redação em Saúde Empresarial - 11/06/2015
Vacina de DNA contra a hipertensão?
Segundo a Sociedade Brasileira de Hipertensão (SBH), a hipertensão, também chamada de pressão alta, é caracterizada quando a pressão arterial (na verdade, as pressões arteriais sistólica e diastólica) fica acima de 14 por 9, ou seja, pressão sistólica > 140 mmHg e pressão diastólica > 90 mmHg. Ainda segundo a SBH, a hipertensão é muito comum, acometendo uma em cada quatro pessoas adultas. Assim, estima-se que atinja em torno de, no mínimo, 25 % da população brasileira adulta, chegando a mais de 50% na população com mais de 60 anos e até 5% das crianças e adolescentes no Brasil. É responsável por 40% dos infartos, 80% dos derrames e 25% dos casos de insuficiência renal terminal. Portanto, trata-se de um grave problema de saúde pública, no Brasil e no mundo. As graves consequências da pressão alta podem ser evitadas, desde que os hipertensos conheçam sua condição e mantenham-se em tratamento com os medicamentos adequados em doses diárias, com baixo consumo de sal e com acompanhamento médico contínuo. Neste cenário, além da manutenção de um estilo de vida saudável, é crítico o controle da medicação contínua: muitas pessoas deixam de se medicar, e então voltam a ficar sujeitas à elevação crítica da pressão arterial.
Com o objetivo de melhorar o controle da pressão arterial e desobrigar o paciente da ingestão diária de medicamentos, pesquisadores da Universidade de Osaka, no Japão, publicaram na edição online do último dia 26 de maio da revista científica Hypertension, resultados de um estudo que pode ser muito promissor para o desenvolvimento de uma vacina contra a hipertensão. O objetivo do estudo publicado é projetar vacinas que tenham potencial de ação longo e propor uma terapia baseada em vacinas contra a hipertensão. A tecnologia usada foi a vacina de DNA.
Segundo (Kano, Vidoto e Vidoto, 2007), a vacina de DNA, estudada desde 1990, é baseada na tecnologia do DNA recombinante que envolve a transferência de um determinado gene, que codifica uma proteína (imunógeno), dentro de um vetor de expressão.
No estudo dos pesquisadores japoneses, o plasmídeo vetor (Hepatite B) carrega a proteína de fusão produtora da Angiotensina II (Ag II). A vacina foi aplicada e estudada em ratos. Com esta tecnologia, a imunização foi atingida com a produção de anticorpos, cuja resposta foi sustentada por 6 meses e a pressão arterial manteve-se controlada durante este período. Os pesquisadores acreditam que, com a continuação dos estudos, poderão em breve oferecer uma nova opção terapêutica ao tratamento efetivo da hipertensão em seres humanos.
Fonte: Tech4Health