Publicado por Redação em Vida em Grupo - 14/05/2013
Uso de meios remotos adequa seguro e previdência à realidade
Susep prepara resolução para aquisição de seguros e previdência privada pela internet
Os consumidores que já utilizam meios remotos, como internet e celular, para operações bancárias ou compra de produtos diversos, desde passagens aéreas até eletrodomésticos, terão, enfim, a oportunidade de também adquirir seguros. Desde o dia 6 de maio, está em consulta pública a minuta de resolução do Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP), preparada pela Superintendência de Seguros Privados (Susep), que dispõe sobre a utilização de meios remotos nas operações relacionadas aos planos de seguro e de previdência complementar aberta.
Para os consumidores, o seguro será apenas um item a mais entre os produtos que se pode comprar por meios remotos, mas para a indústria de seguros esse novo canal pode representar a quebra da última barreira para a integração ao futuro. O presidente da Federação Nacional de Previdência e Vida (FenaPrevi), Osvaldo Nascimento, considera que a regulamentação representa um grande passo. “É inimaginável pensar na prosperidade de um negócio, se não estiver integrado com essa realidade no futuro. Não tenho a menor dúvida de que a regulamentação dos canais remotos tem de ocorrer e vem em bom momento”, afirma.
O presidente do CVG-SP, Dilmo Bantim Moreira, concorda com Nascimento e acrescenta, ainda, que o seguro não poderia deixar de se igualar aos demais segmentos, que já utilizam soluções tecnológicas, como telefone, televisão e internet, para comercializar bens, produtos e serviços. “Resguardados os princípios legais que regem os contratos e demais legislações aplicáveis, a flexibilização da aquisição de seguros por meios não presenciais poderá possibilitar a cada vez mais pessoas usufruírem da tranquilidade de poder contar com coberturas securitárias”, avalia.
A percepção do presidente do CVG-SP é confirmada por dados do segmento de comércio eletrônico. Levantamento da consultoria e-Bit, em 2012, aponta a existência de 40 milhões de consumidores online no país, que correspondem a 20% da população. O diretor Administrativo Financeiro do CVG-SP, Cláudio do Nascimento, reforça que os meios remotos já são parte integrante da relação de consumo em todos os segmentos. "Portanto, não podemos deixar de viabilizar a aquisição de seguros em geral ou de previdência por esses meios”, diz. Para ele, o setor de seguros está defasado em relação a outros segmentos, como o sistema financeiro brasileiro, que é reconhecido e elogiado até fora do país.
Osvaldo Nascimento confirma que os bancos, realmente, estão à frente do seguro no uso de meios remotos. Daí porque ele considera que esses canais são essenciais para os segmentos de previdência e capitalização. E, justamente por isso, Nascimento discorda da proposta da minuta de resolução do CNSP que exclui da regulamentação os planos de seguro com cobertura por sobrevivência, que requerem “o preenchimento de proposta com assinatura formal”.
“Creio que essa parte da minuta será aperfeiçoada, porque não se pode imaginar o setor de previdência, o VGBL e PGBL sem os canais remotos”, diz. Nascimento entende que outras operações muito mais complexas, como a de declaração de renda, aplicações em títulos do tesouro direto, em fundos de investimento e até a própria poupança não impõem restrições ao uso de meios remotos. “Portanto, a regulamentação precisa se adequar à realidade, de forma que o uso desses meios seja rápido e simples”, diz.
Para o presidente da FenaPrevi, os benefícios do uso desses canais vão além da redução de custos e de burocracia e do ganho de eficiência, para contemplar também a almejada educação financeira do consumidor. “Os jovens deixam de comprar, principalmente, os produtos de proteção pessoal, como seguro de acidentes pessoais e de viagem, justamente pela dificuldade de acesso, em decorrência da pouca utilização de canais remotos. Por isso, a regulamentação facilitará o acesso e possibilitará informar ao cidadão sobre o que ele está comprando”, argumenta.[3]
Nascimento é enfático ao afirmar que a modernização do seguro é uma questão de sobrevivência nos dias atuais. “Não duvido que em dez anos, no máximo, todos os segmentos que não se relacionarem com seus clientes por meio de canais remotos deixarão de existir”.
Fonte: CVG-SP