Publicado por Redação em Saúde Empresarial - 30/12/2011
Uma em seis pessoas com implante em artéria volta ao hospital
Segundo estudo do Journal of the American College of Cardiology, as taxas de readmissão são altas. A maioria (80%) das novas idas ao hospital não foi programada
Uma em cada seis pessoas que colocam um stent (implante para desobstruir artérias) acaba voltando ao hospital em menos de 30 dias.
É o que mostra um estudo com 37 mil pacientes do Estado de Nova York, publicado no “Journal of the American College of Cardiology”, e divulgado pelo jornal O Estado de S. Paulo.
Segundo os autores, as taxas de readmissão são altas. A maioria (80%) das novas idas ao hospital não foi programada. As causas foram doença cardíaca crônica, dor no peito e falência cardíaca.
Além disso, 42% dos retornos não planejados ocorreram uma semana após o procedimento, e uma em cada três internações resultou na colocação de um novo stent.
A pesquisa é a primeira a identificar os fatores de risco para as readmissões após esse tipo de procedimento, feito, em geral, quando os médicos percebem uma obstrução nas artérias coronárias.
Ter diabetes, problemas renais, enfisema e arritmia cardíaca aumenta o risco de voltar ao hospital depois da colocação do implante.
Mulheres com mais de 65 anos também têm maior chance de voltar ao hospital –a idade avançada, em geral, é acompanhada de doenças associadas, e as mulheres têm o risco cardíaco aumentado após a menopausa.
CUIDADOS
Segundo Edward Hannan, professor da Universidade de Albany, nos EUA, e autor do estudo, é importante conhecer os fatores de risco para dar atenção especial a certos pacientes.
Ele diz que é preciso coordenar melhor os cuidados pós-internação e, talvez, manter as pessoas por mais tempo no hospital depois de pôr o stent.
Segundo Carlos Costa Magalhães, membro da Socesp (Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo), a maioria das readmissões ocorre porque a pessoa para de tomar os remédios.
Em geral, os pacientes precisam tomar aspirinas e remédios antiplaquetários para impedir a formação de coágulos dentro do stent e uma nova obstrução da artéria, de acordo com o cardiologista.
Outro ponto que deve ser enfatizado com o paciente é o controle de outras doenças associadas e o cuidado com os fatores de risco já conhecidos para doenças cardíacas, como obesidade, hipertensão e colesterol alto.
Magalhães afirma ainda que não há muitos estudos similares para comparar essa taxa de internação vista em Nova York com outros países, incluindo o Brasil.
Segundo o professor, esse estudo deve puxar outros trabalhos semelhantes e servir como baliza para os serviços de hemodinâmica a respeito da evolução dos pacientes pós-stent.
Fonte:saudeweb.com.br|30.12.11