Publicado por Redação em Notícias Gerais - 06/06/2011
Um terço das empresas no mundo está disposto a fazer novas aquisições
SÃO PAULO – As empresas em todo o mundo estão mais confiantes. Um estudo realizado pela Ernst & Young revela que 33% das companhias estão propensas a realizar aquisições de outras empresas em seis meses. Na comparação com a pesquisa anterior, realizada em outubro de 2010, houve um aumento de 5 pontos percentuais.
Já as empresas que declaram estar propensas a realizar aquisições entre um e dois anos é de 44%. Apesar do indicador ser alto, frente ao estudo anterior, houve queda de 10 pontos percentuais.
“Nossa pesquisa constata um interesse crescente por aquisições nos próximos seis meses, com empresas atentas às oportunidades criadas no atual cenário. No entanto, fatores externos, entre os quais a instabilidade política no Oriente Médio, desastres naturais e até impactos econômicos na forma de altos impostos e inflação, podem afetar as atividades de fusões e aquisições no longo prazo”, explicou o sócio da Área de Transações da Ernst & Young Terco, Carlos Asciutti.
Crise econômica
O estudo indica ainda que quase 60% das empresas conseguem ver um fim, nos próximos 12 meses, para a crise econômica mundial iniciada em 2008. Além disso, um quinto das empresas pesquisadas já considera que a crise acabou. Vale destacar que este é o primeiro aumento significativo na confiança entre executivos em 18 meses.
Mais da metade dos entrevistados (56%) disse que as condições do mercado de capitais continua melhorando. O acesso a financiamentos para novos projetos não representa um problema para 38% dos respondentes.
Os dados apontam ainda que, para quase 50% das empresas pesquisadas, a prioridade é o crescimento. Os entrevistados disseram que estão focados cada vez mais na construção de melhores negócios sustentáveis por meio de segmentação de clientes e gerenciamento de portfólio.
“É um desafio para as companhias conseguirem enxergar além dos próximos seis meses, devido aos constantes eventos que estamos vivenciando”, diz Asciutti. “Sem essa visão de longo prazo, muitos irão olhar para perto, em casa, e tentar alcançar crescimento orgânico em vez de por meio de fusões e aquisições”, acrescenta o executivo.
Dificuldades
Sobre as dificuldades, as empresas disseram que o principal obstáculo para os negócios é a avaliação de expectativas entre o comprador e o vendedor, que passou de 38% para 50%. Eles também disseram que estão preocupados com as incertezas ou complexidade de avaliações, sendo que o indicador chegou a 49%.
Em outubro de 2010, data da última pesquisa, o maior obstáculo para completar uma transação de fusão e aquisição era a cautela do investidor. Apesar de ainda ser um tema lembrado, sua importância diminuiu um pouco e agora está em 46%.
No caso do Brasil, Asciutti explica que "sobre potenciais obstáculos para futuras transações que devem aumentar ou reduzir no atual ambiente de negócios, 69,23% afirmam que não ocorreram mudanças nos riscos gerais relacionados a transações e 50% afirmaram que aumentaram as expectativas tanto de compradores quanto vendedores em relação aos preços". No total, participaram 52 empresas brasileiras.
Sobre a pesquisa
O levantamento foi realizado com mais de mil executivos seniores de grandes companhias ao redor do mundo e de diversos setores industriais. Os objetivos da pesquisa são aferir a confiança dos empresários, entender prioridades para os próximos 12 meses e identificar práticas inovadoras de capital. Esta é a quarta edição do estudo bianual da série, que começou em novembro de 2009.
Fonte: web.infomoney.com.br | 06.06.11