Publicado por Redação em Saúde Empresarial - 04/07/2012
Tumores associados com o HPV são menos agressivos
Pesquisa mostra que com um exame de sangue é possível verificar o nível de troponina-T (TnT) do paciente, um biomarcador liberado pelo músculo cardíaco que aponta estresse sofrido pelo coração, que pode ocorrer após anestesias em cirurgias de grande porte
O Instituto de Ensino e Pesquisa do HCor – Hospital do Coração, em São Paulo, em parceria com a MCMaster University, do Canadá, desenvolveu um estudo internacional que aponta os riscos cardíacos em pacientes após cirurgias não cardíacas. Os resultados foram publicados na Revista JAMA (Journal of the American Medical Association) – uma das revistas médicas mais importantes do mundo.
Com um exame de sangue é possível verificar o nível de troponina-T (TnT) do paciente, um biomarcador liberado pelo músculo cardíaco que aponta estresse sofrido pelo coração, que pode ocorrer após anestesias em cirurgias de grande porte. Este exame é realizado nas primeiras horas após o procedimento cirúrgico, quando os pacientes ainda estão nos primeiros dias de pós-operatório.
Com os resultados mais precisos em relação aos métodos até então utilizados, é possível identificar pacientes em risco de vida e dar início precoce aos tratamentos, reduzindo assim a mortalidade nas primeiras semanas após a cirurgia.
Esta primeira análise do estudo Vision envolveu cerca de 15 mil pacientes acima de 45 anos, de 13 países como Brasil, Canadá, Colômbia, China, India, Malásia, Perú, Polônia, África do Sul, EUA, Inglaterra e Espanha, e mais de dois mil pacientes divididos entre o Hospital do Coração, em São Paulo, e Hospital de Clínicas, de Porto Alegre.
Esse estudo faz parte dos projetos de filantropia do HCor em parceria com o Ministério da Saúde à serviço do SUS (Programa PROADI – Hospitais de Excelência à serviço do SUS).
O estudo Vision continua acompanhando pacientes e atualmente cerca de 30.000 já foram incluídos nestes países. Nos próximos meses, novos dados de alto impacto oriundos do estudo Vision devem ser publicadas, tornando este o projeto o mais importante já realizado no mundo sobre cuidados pré e pós-operatórios.
Segundo o responsável pelo IEP HCor e coordenador do estudo Vision no país, Otávio Berwanger, cerca de 200 milhões de pessoas no mundo fazem cirurgias não cardíacas, como procedimentos ortopédicos, retirada de tumores e até cirurgias plásticas. Deste total, mais de 1 milhão morrem em até 30 dias após os procedimentos.
E ressalta que os dados destes estudos possuem importante impacto para a prática clínica, uma vez que a identificação precoce dos pacientes com maior risco poderá permitir a redução de mortalidade do infarto durante as cirurgias não cardíacas e isso beneficiará milhões de pacientes no mundo.
As complicações cardíacas costumam acontecer desde as primeiras horas após o procedimento cirúrgico até 30 dias depois – período considerado crítico. Berwanger conta que fazer uma cirurgia é como um teste de esforço, e esse esforço às vezes causa infarto não previsto, levando o paciente a óbito.
Fonte: saudeweb