Publicado por Redação em Gestão de Saúde - 19/05/2022

Trabalho híbrido exige que empresas criem "cultura do descanso" para evitar burnout

Apesar de a flexibilidade ser uma tendência, ela não resolve todos os problemas. O foco para resolvê-los deve estar em uma cultura de descanso. As funcionárias têm que ter a possibilidade de se desligar do trabalho em um horário limite. “É necessário que a empresa crie uma cultura que possibilite ter um tempo pessoal”, diz Venus Kennedy, sócia e líder do Delas, programa de diversidade de gênero da Deloitte no Brasil. 

A pesquisa Women @ Work, realizada anualmente pela consultoria Deloitte, identificou neste ano que o trabalho híbrido ainda não traz os benefícios que poderia para as mulheres. No Brasil, 44% das trabalhadoras no modelo híbrido se sentem mais esgotadas e esse número vai para 54% quando elas se identificam em minorias étnicas. Porém, entre as funcionárias que estão em empresas consideradas inclusivas, apenas 3% se sentem esgotadas.

Durante a pandemia, a rede de apoio com que as mulheres podiam contar, como família e babás, deixou de existir. Além disso, elas tiveram que lidar com demandas do trabalho e da família ao mesmo tempo, como um filho que chama durante uma reunião, por exemplo. “Mesmo com ajuda, a atenção fica dividida entre o trabalho e as tarefas domésticas, tudo se mistura”, diz Kennedy.

Essa é uma das ações que a Deloitte observou para identificar empresas que têm culturas genuinamente inclusivas. O grupo foi chamado de “Líderes de Igualdade de Gênero”. Entre essas empresas, 14% das funcionárias relataram maior estresse de um ano para cá, contra 79% entre as empresas que não têm uma cultura diversa.

Quase metade das brasileiras (49%) estão planejando deixar seus empregos atuais.  O burnout representa 49% entre os motivos, seguido pela remuneração inadequada (27%) e a falta de oportunidades de crescimento na empresa (16%). Apenas 9% das brasileiras pretendem ficar na mesma empresa por cinco anos ou mais.

A taxa global de mulheres com burnout é de 46%. O número é levemente maior que o índice brasileiro por fatores culturais. “No Brasil, é mais comum ter uma rede de apoio familiar. Além disso, há leis como a que criminaliza o racismo que garantem a integridade dessas mulheres”, diz Kennedy. A pesquisa foi feita entre novembro de 2021 e fevereiro de 2022, ouviu 5 mil mulheres de dez países, entre elas, 500 do Brasil.

 


Fonte: Forbes


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