Publicado por Redação em Notícias Gerais - 18/06/2014

Total de mortes nos Estados é menor que o apresentado no Mapa da Violência

As estatísticas oficiais de mortes violentas das secretarias estaduais de segurança divergem em 5.998 ocorrências das apresentadas pelo Mapa da Violência.

Os dados oficiais dos Estados são publicados no Anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, com informações enviadas pelas federações. O Mapa da Violência usa como base as certidões de óbito das vítimas feitas pelo Ministério da Saúde. O UOL cruzou os dados dos levantamentos realizados no ano passado, referentes a 2012. Pelo Anuário foram 56.337 mortes violentas, contra 50.339 dos Estados.

A diferença é como se todos os crimes do Estado de São Paulo não tivessem existido.

Segundo o Ministério da Justiça, os dados apresentados são elaborados com contagens distintas, com fontes e objetivos diferentes. O mapa analisa as certidões de óbito, enquanto os dados oficiais consideram a abertura do boletim de ocorrência. A pasta informou que os dois estudos são usados para definição de políticas de segurança pública.

A falta de padronização entre os Estados e a falha no preenchimento dos dados nas polícias podem pôr em xeque a qualidade dos dados divulgados como os oficiais pelos Estados, conforme fontes ouvidas pelo UOL.

Há casos raros, como Alagoas, Rio Grande do Norte e Pará, em que os números oficiais divulgados chegam a superar o de certidões de óbito.  Mas nas outras 24 unidades da federação o resultado é sempre de menos crimes.

 E a distorção chama a atenção em alguns casos, em especial o de Goiás. Em 2012, o Estado informou ao anuário 1.340 crimes violentos letais intencionais, os CVLI. Já as certidões de óbito informaram 2.725 mortes violentas intencionais, ou seja, mais que o dobro.

Outro exemplo é São Paulo. O Estado informou 5.180 CVLI em 2012, mas foram emitidas 6.314 certidões de óbito com morte causada por violência intencional.

Também houve decréscimos significativos nos dados do Rio de Janeiro, Espírito Santo e Minas Gerais.
Diferenças

Segundo o sociólogo e autor do Mapa da Violência, Julio Jacobo Waiselfisz, a diferença entre os dados das secretarias e do Ministério da Saúde fica em torno de 10% --a mais para as certidões de óbito.

Para o pesquisador, entre outros motivos que justificam isso, está a deficiência dos Estados em coletar dados de segurança e pelo modo de preencher o boletim de ocorrência.

"Nos dados do anuário, há grupos de Estados que não têm cobertura completa [de dados]. A segunda explicação é que pode haver a abertura de um inquérito para múltiplas vítimas, isso também baixa o número", disse.

Waiselfisz afirmou ainda que o uso das certidões de óbito segue classificação mundial a fim de comparação entre os países.

"A única padronização internacional é da Organização Mundial de Saúde, que é a CID-10 [classificação internacional de doenças]. Nós usamos essa base", disse.

Segundo um especialista ex-integrante do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, ouvido pelo UOL na condição de anonimato, alguns Estados usam metodologia como instrumento político, omitindo o número real das estatísticas oficiais. 

Fonte: www.uol.com.br


Posts relacionados

Notícias Gerais, por Redação

Juros futuros caem, repercutindo declarações de Mantega e cenário externo

Os principais contratos de juros futuros tiveram queda nesta quinta-feira (14), pelo sexto dia seguido. Os investidores repercutiram as declarações do ministro da Fazenda, Guido Mantega e os indicadores do varejo, além do cenário internacional negativo.

Notícias Gerais, por Redação

Ibovespa engata alta após iniciar sem tendência, em dia de agenda escassa

O Ibovespa registra alta de 0,29%, atingindo 65.402 pontos na manhã desta terça-feira (3), após o início do pregão regular. Sem uma tendência definida ou indicadores relevantes para nortear a sessão, desde o pré-market o índice oscilou em torno da estabilidade.

Notícias Gerais, por Redação

Mantega volta a negar mudanças na rentabilidade da poupança

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, voltou a negar nesta terça-feira que o governo estuda mudanças na rentabilidade da poupança. A especulação acontece toda vez que a taxa básica de juros (Selic) fica inferior a dois dígitos.

Deixe seu Comentário:

=