Publicado por Redação em Notícias Gerais - 16/03/2011

Tomar sol é fundamental para o corpo obter vitamina D, explica especialista

Reumatologista Cristiano Zerbini falou do tema no Bem Estar desta 4ª (16).
Médico disse que o sol melhora a absorção do cálcio, fortalecendo os ossos.

O vaivém de pessoas no metrô, em shoppings e empresas é constante, principalmente nas grandes cidades. Mas será que, em algum momento, elas veem a luz do dia? Ao contrário do que muitos pensam, com medo do câncer de pele, o sol é fundamental para a saúde e o funcionamento do corpo. Por meio dos raios do tipo ultravioleta A, nosso organismo obtém a vitamina D e, com ela, melhora a absorção do cálcio, fortalecendo os ossos.

Quem esteve no Bem Estar desta quarta-feira (16) para aprofundar o assunto foi o reumatologista Cristiano Zerbini, do Hospital Sírio-Libanês e do Hospital Heliópolis, em São Paulo. O médico explicou que o sol é responsável por 90% da aquisição de vitamina D pelo homem, e os alimentos (como leite, ovos, manteiga e peixes de água fria) respondem pelos outros 10%. Idosos e pessoas que não podem tomar sol com frequência são indicados a usar suplementos de vitamina D.

Zerbini recomendou pegar sol no mínimo três vezes por semana, durante 5 a 20 minutos, sempre antes das 10 horas da manhã. O ideal, segundo ele, é usar camiseta e bermuda e expor braços, pernas, pescoço e rosto sem filtro solar nesse curto período, pois fatores de proteção acima de 8 já impedem a síntese do nutriente pela pele. Indivíduos muitos brancos devem tomar sol mais cedo, e os de pele escura podem ficar ao sol por um tempo pouco maior.

Em nota, a Sociedade Brasileira de Dermatologia defendeu que pessoas com pele muito clara, que têm maior risco de câncer de pele, sempre usem protetor solar e, apenas três vezes por semana, tomem sol - só nos braços. Segundo a entidade, essa exposição já é suficiente para um aporte adequado de vitamina D.

No estúdio, o especialista também falou sobre como o sol entra pela pele e segue até os rins e o fígado, onde ocorre a transformação da vitamina D. Zerbini demonstrou, ainda, como é um osso sadio e outro tomado por osteoporose – doença que enfraquece os ossos por formação inadequada ou desgaste, e pode causar fraturas principalmente na coluna, bacia, nos punhos e nas costelas.

Além de fixar o cálcio nos ossos e, com isso, evitar a osteoporose, a vitamina D mantém o equilíbrio, evita quedas e dá mais vigor aos músculos. A falta dessa substância no organismo, esclareceu o reumatologista, pode ser identificada em testes laboratoriais, pela
análise do cálcio na urina (se houver pouco, é um sinal de alerta) ou por exames de sangue. Não costumam se manifestar sintomas em adultos, exceto por uma eventual falta de equilíbrio. Já as crianças com deficiência de vitamina D podem desenvolver raquitismo, doença que inclui fraqueza e perda óssea.

Para a boa saúde dos ossos, apontou Zerbini, é preciso sol, cálcio e também exercícios físicos. Nas ruas, a repórter Marina Araújo perguntou a várias pessoas se elas tomam sol e se sabem se têm ou não deficit de vitamina D. De acordo com a nefrologista Rosa Maria Moysés, que liderou uma pesquisa com 600 moradores de São Paulo durante o inverno, 75% dos paulistanos apresentaram níveis do nutriente abaixo do normal. No verão, a porcentagem cai para 45%, o que ainda é muito elevado para um país tropical onde esse índice deveria ficar em torno de 5%.

Cálculo de proteção solar

Para calcular qual deve ser o cuidado para cada tipo de pele, a indústria leva em conta o tempo que uma pessoa branca demora a ficar vermelha. Por exemplo, se alguém exposto ao sol começar a se queimar em 3 minutos, deve-se multiplicar esse tempo por 15, e o resultado é o período em que a pele estará protegida, ou seja, 45 minutos. Depois disso, o indivíduo deve reaplicar o protetor.

Fonte: g1.globo.com/bemestar | 16.03.11


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