Publicado por Redação em Dental - 11/09/2015

Teste sua saliva para ver se é a culpada pelo mau hálito

Quando falta saliva na boca, aumenta a descamação da mucosa que se acumula sobre a língua e resulta em mau hálito

Exame indolor mede quantidade e qualidade da saliva para prevenir problemas bucais, como o mau hálito

A sialometria é um exame que mede a quantidade de saliva produzida em um determinado intervalo de tempo. O resultado mostra o fluxo salivar, ou seja, quantos mililitros de saliva são produzidos por minuto. “Em avaliações mais detalhadas, a sialometria não se restringe só à quantidade de saliva, sendo avaliadas outras varáveis relacionadas à qualidade, como coloração, turbidez, viscosidade e pH”, diz Maria Cecília Aguiar, presidente da ABHA (Associação Brasileira de Halitose).

Segundo Marcos Moura, diretor da ABHA, o exame é indolor e deveria ser realizado em todos os pacientes pelos dentistas, e, com base nos resultados, cáries, doenças gengivais e mau hálito seriam prevenidos com mais facilidade. “Observando exames de saliva em um paciente que irá se submeter a quimioterapia ou radioterapia de cabeça e pescoço, podemos impedir com tratamentos específicos o dano que essa conduta irá causas nas glândulas salivares, que podem levar a perda total da produção de saliva”, diz.

Além de começar a digestão dos alimentos, lubrificar e proteger os tecidos bucais, ajudar a articular as palavras, permitir a percepção do sabor dos alimentos, a saliva é responsável pela autolimpeza bucal. Esse líquido formado por 99% de água remove células descamadas, resíduos alimentares e microrganismos da boca.

“Assim, se o fluxo é reduzido, a tendência é que se acumulem microrganismos patogênicos (que podem causar doenças) no ambiente bucal, o que favorece o surgimento de alterações gengivais (gengivite e periodontite), cárie dentária, infecções fúngicas (candidíase) e do tão temido mau hálito”, explica Maria Cecília.

A saliva ideal

Para exercer bem sua função, a saliva deve ser incolor e transparente – colorações avermelhadas ou amareladas podem indicar sangramento ou pus na boca e saliva turva pode ser descamação excessiva da mucosa que reveste a boca ou acúmulo de biofilme dentário, conhecido popularmente como "placa bacteriana".

“A saliva também deve apresentar certa viscosidade. Isso porque a saliva muito fluida ou aguada não lubrifica bem a boca, de modo que a pessoa tem a sensação frequente de sede. Por outro lado, a saliva muito mucosa, viscosa ou grossa favorece o acúmulo de biofilme dentário, de biofilme lingual (conhecido como "saburra") e de cálculo dentário (conhecido popularmente como "tártaro"), o que predispõe a alterações gengivais e halitose”, afirma Maria Cecília.

Quanto à quantidade, os valores de referência para a saliva em repouso são de 0,25ml/min e 0,4ml/min. Quando a produção de saliva é estimulada, seja pela mastigação ou quando sentimos gosto de algum alimento, a produção de saliva aumenta para 1,2ml/min a 2,5ml/min. “Geralmente, o pico da salivação é por volta das 15h, e vai diminuindo ao cair da noite, momento em que não produzimos saliva”, diz Marcos Moura.

A diminuição da saliva favorece o acúmulo de placa bacteriana nos dentes e, com isso, o surgimento de cáries e de problemas gengivais. Para completar, o ressecamento da boca acentua a descamação das células da mucosa dessa região, que se acumulam sobre a língua formando uma massa amarelada ou esbranquiçada conhecida como “saburra lingual”.

“Nesse cenário rico em detritos e em bactérias, ocorrem reações químicas que resultam na liberação de gases ricos em enxofre, responsáveis pelo odor desagradável do tão temido mau hálito”, afirma Maria Cecília.

Dicas

Consuma líquidos em quantidade correta (uma conta simples é 35ml de água para cada kg de peso, por dia), distribuídos ao longo de todo o dia.

Adeque o consumo de água à rotina diária. Palestrantes, pessoas que moram ou trabalham em ambientes quentes ou que realizam atividades que exigem esforço físico, geralmente precisam de maiores quantidades.

Não espere sentir sede para beber água, e sim transforme esse ato em hábito, em rotina.

Nem só de água vive o homem. Se não gosta muito de água, pode investir em sucos, água aromatizada com folhas de hortelã e chás de ervas, como camomila, erva cidreira, canela etc. Porém, a dica não vale para refrigerantes ou bebidas alcoólicas, que acabam desidratando o organismo e comprometendo o hálito.

Fonte: Terra Saúde Bucal


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