Publicado por Redação em Saúde Empresarial - 28/04/2011

Teste rápido detecta autismo em bebês aos 12 meses de vida

Um teste com 24 perguntas, que pode ser respondido em cinco minutos, identifica os primeiros sinais de autismo em crianças de um ano.

É o que propõe um estudo financiado pelos National Institutes of Health dos EUA, publicado hoje no "Journal of Pediatrics".

A pesquisa, feita por neurocientistas da Universidade da Califórnia, recrutou 137 pediatras para aplicar o teste em 10 mil crianças na consulta dos 12 meses de idade.

Os pais responderam ao questionário, com perguntas sobre gestos, compreensão e comunicação, e os pediatras avaliavam as respostas.

Ao todo, 184 das crianças que pontuaram abaixo da média foram acompanhadas nos meses seguintes.

Delas, 32 receberam o diagnóstico precoce de autismo.

Segundo a pesquisa, isso corresponde a 75% de acerto no diagnóstico, levando em conta outros distúrbios, como atraso no desenvolvimento e na linguagem, também detectados pelo teste.

DIAGNÓSTICO

O autismo afeta o desenvolvimento da criança e compromete áreas como a sociabilidade. Quanto mais tardio o diagnóstico, piores as perspectivas de melhora.

Na média, os casos demoram a ser detectados, segundo o psiquiatra Marcos Mercadante, da Unifesp. "No Brasil, o diagnóstico geralmente é dado quando a criança já tem cinco anos e perdeu muita oportunidade de ter uma melhora", diz.

Se o problema for apontado cedo, tratamentos como terapia comportamental, para estimular áreas do cérebro afetadas, são mais eficazes.

Para o psiquiatra Estevão Vadasz, coordenador do ambulatório de autismo do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas, a ferramenta pode ser útil principalmente na rede pública.

"Um pediatra de posto de saúde atende centenas de crianças. Não há tempo para fazer uma triagem adequada e encaminhar ao psiquiatra."

Para ele, é importante que o pediatra assuma essa tarefa. "É ele quem tem o primeiro contato com a criança." Mas Vadasz ressalva que alguns sintomas só aparecem após os 18 meses. "O ideal seria repetir o teste depois."

Fonte: www1.folha.uol.com.br | 28.04.11


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