Publicado por Redação em Previdência Corporate - 02/04/2015
Tenho R$ 500 mil e quero parar de trabalhar aos 45; onde investir?
Tenho 26 anos, sou médico e gostaria de algumas dicas para investir. Tenho cerca de R$ 500 mil guardados, 40% aplicados em renda fixa e 60% em fundos de investimento. Tenho uma perspectiva muito grande de continuar poupando e posso aplicar mensalmente em média mais R$ 10 a R$ 20 mil por um período de 15 a 20 anos. Qual a melhor estratégia no meu caso? Quero parar de trabalhar no máximo aos 45 anos.
Leitor: Rodrigo
Resposta de José Ricardo Porto Gomes, CFP, planejador financeiro certificado pelo IBCPF
Prezado Rodrigo,
Com este volume que já existe você consegue acessar bons produtos no segmento de Alta Renda de algum banco ou até mesmo atingindo um segmento Private já que tem condições de agregar um volume entre R$ 120 e R$ 240 mil por ano e, em alguns bancos, o Private já atende a partir de R$ 1 milhão, coisa que atingirá no médio prazo.
Dessa forma você conseguirá produtos com melhores taxas e menores taxas de administração.
Sugiro verificar se na sua parcela de renda fixa está tudo indexado ao CDI ou tem algo em taxa pré. Esta tem sido uma boa opção no momento pois ainda encontramos taxas interessantes em alguns prazos, por exemplo 13,2% para um prazo de 2 anos em um título do Tesouro Prefixado ou até mesmo no Tesouro IPCA pra prazos mais longos que chegam a pagar IPCA + 6,48% o que faz seu dinheiro manter o poder de compra ao longo do tempo. A taxa de juros (SELIC) atualmente está em 12,75% com pequeno viés de alta no curto prazo e recuo mais para o final do ano, devendo atingir o patamar de 13% ao final do ano. Como olhamos longo prazo podemos pensar em um maior recuo desta taxa proporcionando maiores ganhos no longo prazo.
Hoje ainda temos algumas oportunidades de produtos isentos de imposto de renda, tais como LCA/LCI (Letra do Crédito do Agronegócio e Letra de Crédito Imobiliária) que remuneram entre 92-95% do CDI, líquido de imposto de renda e baixo risco de crédito. De certa forma até devido ao momento atual de desaceleração da economia a disponibilidade de lastros tem se reduzido muito. Além disso existe a possibilidade de taxação nestes papéis sendo atualmente estudado pelo Governo (muitas especulações, mas nada concreto ainda, apenas para alertar!).
Na parcela de Fundos, sugeriria analisar de forma detalhada: está em fundos de renda fixa? Fundos de crédito privado? Fundos multimercados, qual classe, macro, viés, long short, equity hedge, etc.? Os fundos multimercados são bem interessantes olhando o longo prazo do seu investimento, porém vale escolher bem o gestor, analisando um período maior histórico de retorno, 12, 24, 36 meses, desde o início do fundo, pois aí você consegue enxergar melhor os acertos e erros, especialmente nos últimos anos de alta volatilidade nos mercados.
Na sua pergunta não expõe se é casado e/ou tem filhos. Caso positivo, sugiro também analisar algo em Previdência Privada como forma de sucessão e ganhos no longo prazo (na previdência não temos come-cotas e o imposto de renda chega a 10% com 10 anos).
Em resumo, a mensagem é, já que está olhando o longo prazo e gera renda mensalmente (não precisa de liquidez), procure diversificar bem sua carteira de investimentos, tirando proveito dos prazos mais longos na parcela de renda fixa para obter melhores taxas e postergar o pagamento de imposto de renda e compor sua parcela de fundos com multimercados seja para buscar maiores ganhos, seja para proteger um pouco a carteira (fundos de long short).
Sugiro procurar um planejador financeiro especializado ou o seu gerente do banco para uma conversa mais detalhada.
Espero ter ajudado! Boa sorte!
José Ricardo Porto Gomes é planejador financeiro pessoal e possui a certificação CFP® (Certified Financial Planner), concedida pelo Instituto Brasileiro de Certificação de Profissionais Financeiros (IBCPF).
As respostas refletem as opiniões do autor. O IBCPF, o Infomoney e a RH Benefícios não se responsabilizam pelas informações acima ou por prejuízos de qualquer natureza em decorrência do uso destas informações.
Fonte: InfoMoney