Publicado por Redação em Notícias Gerais - 29/02/2012
Superávit do governo central sobe quase 50% em 12 meses
O resultado primário do governo central, que incluí o Tesouro Nacional, o Banco Central (BC) e a Previdência Social, foi superavitário em R$ 20,2 bilhões em janeiro deste ano, ante R$ 2 bilhões em dezembro de 2011. Esse montante é o maior para o mês e o segundo maior da série histórica, ficando atrás apenas dos R$ 26 bilhões registrado em setembro de 2010, quando o governo recebeu uma arrecadação extraordinária por conta da capitalização da Petrobrás. Em relação a janeiro do ano passado, quando o resultado foi de R$ 14,2 bilhões, o crescimento foi de 46,6% .
O resultado foi divulgado ontem pelo Tesouro Nacional e aponta que a instituição foi a maior responsável pelo saldo positivo, já que registrou superávit de R$ 23,8 bilhões. O Regime Geral da Previdência Social (RGPS) e o Banco Central apresentaram déficits de R$ 3 bilhões e R$ 11,4 milhões, respectivamente.
O secretário do Tesouro, Arno Augustin, afirmou que o superávit primário em 12 meses atingiu R$ 100,1 bilhões, ou 2,4% do Produto Interno Bruto (PIB). "Fica evidente que estamos com o [superávit] primário em ascensão. Isso é positivo porque reflete o esforço grande para que o novo mix de política econômica seja o melhor possível", disse , referindo-se ao termo utilizado no ano passado pela equipe econômica para definir uma estratégia de reforço da política fiscal para ajudar o BC na redução da taxa de juros.
Segundo José Eduardo Amato Balian, professor de Economia da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), a arrecadação de tributos do governo foi o maior responsável pelo superávit. A Receita Federal divulgou na última sexta-feira que o montante arrecadado registrou recorde histórico de R$ 102 bilhões. Para ele este dado foi uma surpresa
Segundo o relatório publicado pelo órgão, a receita bruta do Tesouro Nacional apresentou aumento de R$ 17,8 bilhões (27,2%), passando de R$ 65,6 bilhões em dezembro de 2011 para R$ 83,4 bilhões em janeiro deste ano. Este comportamento é explicado pelo crescimento de R$ 9,4 bilhões (28,6%) na arrecadação de impostos e de R$ 7,9 bilhões (34,7%) na de contribuições, além do aumento de R$ 510,1 milhões (5,2%) nas demais receitas.
O professor acredita que o lado bom do aumento do montante arrecadado é que a contas do governo ficam equilibradas, mas alerta que os investimentos têm crescido muito pouco, e que o governo poderia pensar em uma redução dessa arrecadação e de uma "melhor" aplicação dos recursos acumulados.
O relatório divulgado ontem também apontou que o déficit de R$ 3 bilhões da Previdência Social ante superávit de R$ 4,9 bilhões no mês anterior foi influenciado pela redução de R$ 15,1 bilhões (43,5%) na arrecadação líquida do órgão em janeiro de 2012, frente aos ingressos líquidos de dezembro de 2011, totalizando R$ 19,6 bilhões.
Fonte: www.dci.com.br|29.02.12