Publicado por Redação em Saúde Empresarial - 10/10/2011
Sistema de gestão clínica reduz eventos adversos e infecções em UTIs
Os hospitais buscam diariamente o aprimoramento da qualidade assistencial em suas unidades de terapia intensiva (UTIs). Gestores de todo o país começaram a utilizar, a partir da década de 90, sistemas inteligentes para monitorar procedimentos de rotina e mensurar a qualidade e a performance das unidades. Estudos realizados por médicos em hospitais no Rio de Janeiro apontam o impacto da utilização dos softwares para extração e análise de informações clínicas que auxiliam na aplicação de medidas corretivas e na redução dos índices de eventos adversos e infecções nas UTIs.
Segundo o médico-rotina do CTI geral do Hospital de Clínicas de Niterói (HCN), Fernando Rodriguez, para melhorar a qualidade do atendimento é preciso que o gestor conheça e entenda a realidade de sua área. “Com a utilização de um software específico, conseguimos extrair e analisar dados que possibilitaram a aplicação de medidas corretivas e a redução de taxas de infecção na unidade”, explica.
Utilizado na UTI Geral do HCN desde 2008, o sistema criado pela Epimed Solutions — empresa especializada em sistemas de gestão clínica — serviu como base para um estudo apresentado durante o XIV Congresso de Terapia Intensiva, no Rio de Janeiro.
A meta do HCN era reduzir a incidência de pneumonia no CTI geral. Porém, foi necessário avaliar, entre outros dados, as taxas de pneumonia, infecção urinária e os índices de infecção associada a catéter. A partir da estratificação de dados gerados pelo sistema Epimed Monitor, também foi possível traçar o mapa de eventos adversos e implantar as medidas necessárias para o aprimoramento da qualidade assistencial. A pesquisa permitiu comprovar a eficiência das ações corretivas e foi possível checar os resultados por meio do próprio sistema.
Em outro estudo, o coordenador clínico da UTI do Hospital Padre Miguel, João Andrade, utilizou o sistema como base científica para avaliar a eficácia de um programa de treinamento, adotado pela instituição com o objetivo de reduzir índices de infecções nas unidades de terapia intensiva. “A vigilância constante exercida pelo sistema, associada ao incremento das medidas de treinamento e segurança, permitiu a redução significativa nas taxas de infecção urinária”, revela, em comunicado, Andrade.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) publicou, em 2010, a RDC 7, que insere a monitoração contínua da performance e dos indicadores de qualidade das UTIs entre os requisitos obrigatórios para funcionamento de UTIs em hospitais públicos e privados de todo o Brasil.
Fonte: www.saudebusinessweb.com.br | 10.10.11