Publicado por Redação em Previdência Corporate - 17/06/2014
Setor de seguros e previdência recua
O mercado de seguros, acostumado a entregar crescimento de dois dígitos nos últimos anos, deu sinais de fadiga no início de 2014. O faturamento do segmento com prêmios de seguros e arrecadação de previdência e títulos de capitalização caiu 3% de janeiro a abril em relação ao mesmo período do ano passado, para R$ 56,3 bilhões, segundo dados da Superintendência de Seguros Privados (Susep) compilados pela Siscorp, empresa que reúne dados desse mercado. As informações são do jornal Valor Econômico.
Os números não incluem as receitas da Allianz, que até o momento não reportou seus dados para a Susep. Procurada, a seguradora, uma das dez maiores do país, não quis comentar o motivo do atraso ou estimar sua publicação.
Antes da divulgação dos números deste ano, a Confederação Nacional das Seguradoras estimava um avanço de 15% no ano. Procurada, a CNSeg informou que está analisando os dados para fazer nova projeção. Segundo executivos do mercado, o crescimento anual do setor ainda deve ser de dois dígitos, mas "dois dígitos baixos".
"A desaceleração da economia tem efeitos defasados. A confiança começou a cair e, com isso, as empresas investem menos e as pessoas também consomem menos", diz Francisco Galiza, da consultoria Rating de Seguros. Em parceria com a Federação das Corretoras (Fenacor), a consultoria calcula o Índice de Confiança e Expectativas das Seguradoras, que em abril atingiu o seu menor valor desde que foi criado, há 18 meses. Uma das variáveis do índice, a expectativa com relação ao faturamento do setor começou a piorar em abril. "O mercado achava que o faturamento não ia ser contaminado pela desaceleração da economia, mas agora já começamos a ver uma reversão dessa projeção", diz Galiza.
O mau desempenho no início deste ano foi puxado pelo recuo de 18% da arrecadação dos planos VGBL. O segmento vem sofrendo desde o ano passado diante de novas regras impostas pelo governo que obrigaram os planos a alongar os prazos de seus ativos, além da volatilidade na renda fixa que afetou a rentabilidade das carteiras. Neste ano os planos já mostram, na média, retorno positivo, mas em 12 meses o "estrago" de 2013 ainda afeta as cotas.
O ramo de seguro de pessoas, que inclui apólice de vida e de acidentes pessoais, apresentou avanço tímido no ano até abril, de apenas 1%.
Fonte: http://www.previdenciatotal.com.br