Publicado por Redação em Gestão do RH - 26/01/2022
Semana de trabalho de quatro dias? Ela já é realidade nestas empresas
No dia 18 de janeiro, o Reino Unido anunciou que irá começar a realizar testes para avaliar a possibilidade das empresas adotarem uma jornada de trabalho semanal de quatro dias. Realizado pelas universidades de Oxford e Cambridge, em parceria com o Boston College e outras duas entidades, o piloto do estudo contará com a participação de mais de 30 negócios locais, entre eles está o think tank Autonomy. Apesar da iniciativa, a adoção de uma semana de trabalho de quatro dias não é algo novo. O modelo já é adotado por grandes empresas. A última delas foi a fabricante de eletrodomésticos Panasonic, cuja matriz japonesa anunciou no dia 9 de janeiro que passaria a oferecer a opção para seus funcionários. “Devemos apoiar o bem-estar de nossos funcionários”, disse o CEO do grupo, Yuki Kusumi, aos investidores na ocasião. Atualmente, a medida está prevista apenas para a matriz japonesa da empresa, mas a filial brasileira já estuda a possibilidade de adotar a iniciativa. Com o movimento, a Panasonic espera dar aos trabalhadores mais tempo para perseguir seus interesses pessoais, seja um voluntariado ou um trabalho paralelo. Os detalhes serão decididos por cada unidade de negócios da empresa.
Outros países também já embarcaram no movimento. Na Islândia, segundo um relatório do thinktank Autonomy, 85% dos trabalhadores já podem trabalhar apenas quatro dias por semana. A tendência também se espalha para o Reino Unido, onde a medida está sendo estudada por universidades e contando com a adoção de diversas pequenas empresas. No Brasil, são poucas as empresas que já reduziram a jornada de trabalho semanal de seus funcionários. Entre os exemplos estão a empresa de serviços para animais Zee.Dog, que adotou o modelo em março de 2020, e a startup mineira especializada em análise de dados, Crawly, que opera com três dias de folga para seus funcionários desde sua fundação, em 2018. Em ambos os casos, o formato e tem como objetivos maximizar o interesse dos profissionais pela empresa e aumentar a produtividade das equipes.
Segunda a especialista em direito empresarial internacional, Gabriela Diehl, não existem impedimentos na legislação brasileira que proíbam as empresas de adotar tal iniciativa. “Atualmente, a legislação estabelece uma carga horária semanal de até 44 horas, mas não diz nada sobre menos que isso.” Entretanto, não podem haver reduções no salário de funcionários já contratados que adotarem a medida. A única exceção seria em caso de acordo coletivo, aprovado pelas entidades representantes das categorias.
O consultor empresarial e especialista em gestão organizacional, Daniel Alves, elencou 4 vantagens do modelo. São elas:
Maior produtividade. Já existem estudos que indicam que uma jornada semanal menor traz benefícios para a produtividade das equipes. Entre os motivos para isso estão o maior tempo de descanso dos funcionários e o sentimento de gratidão com a empresa, que gera engajamento.
Redução de despesas. Ao realizar um teste em 2019, a Microsoft Japão teve a mesma constatação que Daniel Alves: gastos administrativos, como o uso de papel e energia, reduziram drasticamente quando os funcionários tinham três dias de folga.
Bem-estar do colaborador. O bem-estar do funcionário é essencial para garantir sua felicidade no emprego, reduzir taxas de turnover e combater o risco de doenças como o burnout. Com a jornada reduzida, os profissionais podem passar mais tempo com sua família, amigos e se dedicar à hobbies.
Reduzir absenteísmo. Com um dia que pode ser utilizado para a realização de exames, para sanar pendências pessoais e descansar, trabalhadores tendem a ter menos períodos de ausência durante sua semana de trabalho.
Confira como a semana de quatro dias está sendo adotada por diferentes países.
Fonte: Forbes