Publicado por Redação em Dental - 08/08/2013
Saúde Oral - Síndrome da boca seca pode resultar na perda dos dentes quando não tratada
Nós todos precisamos de determinada quantidade de saliva. Tanto para digerir os alimentos, como para limpar a boca e controlar a população de bactérias, evitando infecções. Fisiologicamente, a salivação começa a diminuir a partir dos 30 anos. Aos 60 anos, temos metade da saliva de um jovem. A boca fica seca e desconfortável, dificultando principalmente a deglutição e diminuindo a resistência bucal. Quando não diagnosticada e tratada a tempo, essa condição pode resultar, inclusive, na perda dos dentes.
De acordo com o doutor Artur Cerri, coordenador da Escola de Aperfeiçoamento Profissional da APCD (Associação Paulista de Cirurgiões-Dentistas), a síndrome da boca seca pode ser fisiológica ou indicar algumas doenças sistêmicas, acelerando o aparecimento de cáries, infecções bucais e, principalmente, gengivite – além de comprometer não só os dentes do idoso, como também sua saúde em geral, já que, com o tempo, ele passa naturalmente a comer menos e ingerir apenas alimentos macios ou líquidos.
“Trata-se de um ciclo vicioso que precisa ser interrompido. Ao controlar a síndrome da boca seca – que atinge mais mulheres do que homens –, conseguimos manter a saúde oral do paciente, evitando inflamações e infecções que levam a uma alimentação deficiente e, por conseguinte, comprometem a saúde e a qualidade de vida de modo geral. Até mesmo o paladar a pessoa perde com o tempo”, diz Cerri, chamando atenção para nove sintomas muito comuns em quem tem boca seca:
1. Sensação pegajosa na língua, causada pela falta de saliva;
2. Mau hálito;
3. Língua avermelhada, áspera, seca;
4. Sensação ruim na garganta, como se fosse um pigarro;
5. Sede frequente;
6. Feridas nos cantos da boca e fissuras nos lábios;
7. Ardência lingual;
8. Dificuldade ao falar;
9. Rouquidão, secura nas vias nasais e dor de garganta.
Entre as principais causas da síndrome da boca seca, além do processo de envelhecimento, o especialista destaca os efeitos colaterais de determinados medicamentos para tratar depressão, ansiedade, obesidade, dor, alergia, asma, incontinência urinária, Mal de Parkinson etc. Também pode se tratar do efeito colateral de determinadas doenças, como diabetes, anemia, fibrose cística, hipertensão e artrite reumatoide, entre outras. “Não podemos descartar outras causas, como desidratação e danos ao sistema nervoso, principalmente após traumas ou cirurgias. Mas outra causa muito comum é o fumo. O fumante passa muito tempo respirando pela boca enquanto fuma, e isso acaba agravando o quadro”.
Artur Cerri diz que, além de reportar o problema ao médico, para que ele faça ajustes nas doses das medicações ingeridas diariamente, é importante que as pessoas mantenham uma excelente higiene oral, escovando os dentes e fazendo enxágues diversas vezes ao dia, além de ingerir bastante líquido diariamente e adotar uma alimentação rica em alimentos com alto teor de água. “O idoso deve cortar o alimento em pedaços pequenos, acrescentando, por exemplo, uma boa fatia de melancia, abacaxi, ou melão ao prato principal. Essa rotina controla os efeitos da boca seca durante as refeições e evita que a pessoa passe a comer menos e a ficar com a musculatura oral enfraquecida”.
Fonte: Prof. Dr. Artur Cerri, coordenador da Escola de Aperfeiçoamento Profissional da APCD (Associação Paulista de Cirurgiões-Dentistas) – www.apcd.org.br