Publicado por Redação em Vida em Grupo - 22/01/2013
Saiba como calcular e economizar no seguro de vida
Fumantes, idosos e até prefeitos pagam mais pelas apólices, segundo especialistas; crescimento do setor deve ficar entre 13% e 15% este ano no Brasil.
Pensar na morte não é muito agradável, mas, quando se trata de planejamento financeiro, todas as cartas devem ser colocadas na mesa. Se contratar um seguro de vida já foi visto como desnecessário ou ímã de mau agouro, hoje se tornou algo que pode evitar que uma família enfrente dificuldades em caso de falecimento do principal provedor.
Segundo Bento Zanzini, diretor-geral desse segmento no grupo Banco do Brasil-Mapfre, graças a essa mudança de pensamento o setor de seguros cresceu em torno de 14% ao ano na última década. Para 2013, a projeção é de que o avanço fique entre 13% e 15%.
"Fizemos pesquisas de mercado e percebemos que faltavam duas coisas para impulsionar o mercado: sobra de dinheiro e cultura de planejamento financeiro de longo prazo", explica. O produto começou a se popularizar junto à classe média principalmente depois que o Brasil superou a época de hiperinflação, que corroía os ganhos de qualquer tipo de poupança.
Para Mário Sérgio de Almeida Santos, presidente do Sindicato dos Corretores de Seguros no Estado de São Paulo (Sincor-SP), o seguro de vida é indicado para todas as pessoas economicamente ativas. "Na falta do gestor da família, a família pode perder o padrão de vida", diz. E é para evitar isso que o cálculo da apólice considera a renda mensal do contratante e por quanto tempo o valor conseguirá sustentar mulher e filhos, por exemplo.
"A partir do falecimento do provedor, até que a família se reequilibre são necessários de dois a três anos. Por isso, o cálculo da apólice, nesse caso, seria de 24 a 36 vezes o salário mensal do provedor", explica Zanzini, do BB-Mapfre. "Nesse tempo vai passar o estado de choque da família, a esposa vai ter uma renda de sobrevivência, vai voltar a trabalhar e retomar a vida", diz.
O valor do seguro de vida varia de acordo com a idade de quem contrata a apólice. "O seguro de R$ 100 mil de um jovem de 25 anos pode custar R$ 17, enquanto o de um idoso de 65 anos pode chegar a R$ 1.700", diz Santos. Ou seja, o valor mensal é calculado a partir da probabilidade de o segurado vir a morrer nos próximos anos. A partir daí, o reajuste ocorre do mesmo jeito que nos planos de saúde: conforme o cliente passa de uma faixa de idade para outra, o valor pago pelo seguro sobe. Já o total da apólice é reajustado por índices relacionados à inflação.
Algumas situações podem encarecer o seguro de vida. Fumantes pagam mais caro, enquanto pessoas que praticam exercícios ou possuem hábitos de vida saudável têm benefícios. Já atletas adeptos de modalidades mais arriscadas, como motociclismo ou automobilismo, também desembolsam mais. "O mesmo ocorre com envolvidos em política, senadores, prefeitos, pelo risco maior de sofrer algum atentado", explica Zanzini.
Essas circunstâncias devem ser citadas ao preencher o formulário com a proposta do seguro. "Há perguntas para saber se a pessoa recebeu algum diagnóstico de doença, podem até ser solicitados exames para comprovar que a saúde está em dia", diz o diretor do Banco do Brasil-Mapfre.
Ser honesto nessa hora fará a diferença no futuro, ressalta Santos. Isso porque, em caso de óbito, a seguradora envia ao médico que acompanhava a situação de saúde do segurado um questionário. Caso seja constatado que o cliente tinha doença pré-existente, a família pode ficar sem receber nada, e também pode perder o direito de reaver o dinheiro pago ao longo dos anos.
Além de morte natural, os seguros podem cobrir ainda morte por acidente, invalidez permanente e até doenças específicas, como o câncer de mama. "Algumas seguradoras adiantam parte do valor do seguro para que a pessoa possa usar em seu tratamento. Caso se cure, a diferença é acertada em prestações futuras", diz Santos, do Sincor-SP. Fora a indenização, a apólice pode incluir acompanhamento médico e psicológico.
Antes de assinar um contrato, a dica geral é verificar se o produto é registrado na Superintendência de Seguros Privados (Susep), o que pode ser feito pelo próprio site do órgão público. O alerta também vale para corretores e representantes de corretoras.
E, mais importante que o valor da apólice, é o que ela contempla. Antes de olhar o preço, veja o que o produto oferece em caso de alguma eventualidade. "Vemos o mercado de maneira otimista. À medida que mais pessoas possam acessá-lo, elas tomam consciência de sua importância e contam para as outras", conclui Zanzini.
Fonte: cqcs