Publicado por Redação em Dental - 26/01/2015

Ronca alto? Saiba se o seu está entre os mais graves

Quando Guilherme dos Santos viu sua esposa classificar seu ronco como um barulho de caminhão, o fotógrafo se sentiu extremamente constrangido e intrigado. “Me peguei pensando se todo ronco deveria ser assim ou se o meu estava alto demais e, por isso, poderia significar algo mais sério”. A dúvida de Guilherme é bem pertinente, pois o ronco mais barulhento é um dos três tipos que existem e é o mais perigoso.
Após procurar ajuda, Guilherme percebeu que apresentava alguns dos hábitos ou características que podem ser a causa de um ronco tão alto e perigoso como o que sua esposa citou. “Sou homem, estou acima do peso, tenho bebido mais que o normal, durmo de barriga para cima e estou com 35 anos. Certamente terei que mudar algumas coisas para voltar a dar paz para a minha mulher a noite”, diz o fotógrafo.

“Perder peso pode ser uma boa opção, embora nem sempre seja eficaz por não ser a única causa. Mas o paciente também pode tentar mudar a posição que costuma dormir, evitando ser com as costas para baixo (uma vez que observa-se que as apneias só acontecem nessa posição), diminuir a quantidade de álcool e tabaco, tratar possíveis renites alérgicas ou ainda usar um aparelho durante a noite que puxa a mandíbula e a base da língua para frente, aumentando o espaço aéreo na hipofaringe (parte baixa da faringe, atrás da língua)”, diz Leonardo Tribis, cirurgião-dentista do Hospital Albert Einstein.

Apneia e ronco
A apneia do sono é a obstrução das vias aéreas causada pela flacidez dos tecidos da garganta, o que impede a respiração por alguns segundos, várias vezes por noite. Eo ronco é a vibração dos tecidos da garganta quando o ar passa. Leonardo explica que a apneia do sono pode ser classificada de três formas: obstrutiva, central e mista.

As obstrutivas, que podem ser o caso de Guilherme, são as mais barulhentas e perigosas. Causam muitas paradas respiratórias (apneias) por hora e é preciso fazer um esforço demasiado para conseguir respirar normalmente. As apneias centrais são as mais fracas e não apresentam esforços respiratórios durante a crise, produzem um “ronco mais baixo” ou até inexistente. As mistas, como o próprio nome diz, ocorrem quando os dois tipos de apneia podem ser percebidos durante uma noite de sono.
De todas elas, são as obstrutivas graves que precisam de maior atenção, pois essas paradas respiratórias podem gerar verdadeiros engasgos e problemas muitos mais sérios para a saúde do paciente. “Elas podem ser um sinal de alerta para arritmias ou até mesmo desencadear acidente vascular cerebral (AVC) quando associadas a outros fatores como obesidade, sedentarismo, álcool, tabaco, entre outros”, diz o especialista.

O único método de diagnóstico conhecido é a polissonografia, que mede o número total desses eventos de apneia por hora. Os resultados são analisados com base em uma escala que classifica a gravidade do caso. “Se a apneia acontece de 5 a 15 vezes por hora ela é considerada leve. De 15 a 30, moderada. E mais de 30 por hora é um caso mais grave”, diz Leonardo.

Dentista e seu papel fundamental
A apneia é um problema multifatorial e tem como causa fatores anatômicos ou funcionais que, por algum motivo, comprometem a livre passagem de ar pela garganta durante o sono. E, por estar em contato o tempo todo com a cavidade bucal do paciente, o dentista é uma peça fundamental para reconhecer e até, em alguns casos, auxiliar no tratamento de problemas como garganta estreita, língua grande demais, amídalas e adenoides hipertrofiadas, etc.

Entre outros fatores que predispõe o ronco estão o sexo (o ronco é duas vezes mais comum em homens), o aumento da idade (também é mais comum em pessoas com mais de 35 anos), o aumento do peso, alguns hábitos como o fumo, a consumo de drogas e álcool e ter uma circunferência do pescoço maior que 40 centímetros.

Fonte: terra.com.br


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