Publicado por Suporte AW em Saúde Empresarial - 15/04/2011
Resíduo de comida preso no pulmão pode causar pneumonia ou bronquite
Pneumologista José Afonso Júnior tirou dúvidas da web sobre engasgo.
Pediatra Ana Escobar disse que grávidas também podem receber manobra.
Logo depois do Bem Estar desta quinta-feira (14), a pediatra Ana Escobar e o pneumologista José Eduardo Afonso Júnior responderam às principais perguntas dos internautas sobre engasgo.
Segundo a doutora Ana, quando for feita a manobra de Heimlich em crianças acima de 1 ano, nunca se deve apertar a região das costelas, mas a área entre o umbigo e o diafragma. Quando o bebê engasgar com líquido, pode-se sugar o nariz dele, mas os cinco tapinhas nas costas são essenciais.
Enfiar a mão na boca da criança, com os dedos em forma de pinça, deve ocorrer apenas se os pais ou responsáveis enxergarem o corpo estranho. Se o menor estiver chorando ou tossindo, não se deve fazer nada, pois ele ainda está respirando e o ar está passando pela traqueia. Caso a pessoa mexa no local, pode desencadear uma obstrução total – aí, o recomendado é procurar um hospital.
A médica disse que grávidas também podem receber a manobra de Heimlich, mas, em estágios mais avançados da gestação, deve-se comprimir o centro do osso esterno, acima da barriga – já que esta não pode ter pressão.
Travesseiros especiais, antirrefluxo, ajudam a inclinar o bebê e a evitar engasgos. Além disso, a criança deve dormir de barriga para cima, com a fralda mais solta e a cabeça de lado. E deitar perto do filho, principalmente nos primeiros três meses, pode evitar surpresas desagradáveis. O pequeno não deve dormir de bruços porque há estudos que associam essa posição a mortes súbitas durante a noite.
Na gravidez, as mulheres podem engasgar com mais frequência porque toda a dinâmica interna do corpo muda e o pulmão não se expande tanto. A dica é comer com calma, mastigar bem e não falar ao se alimentar.
Já as crianças que começam a ingerir pedacinhos de frutas e outras comidas precisam aprender a engolir sem se engasgar. O ideal é começar dando raspadinhas (de mamão, pera, maçã ou banana) e cuidar para não oferecer pedaços grandes ou ter pressa de que elas terminem a refeição rapidamente.
De acordo com José Eduardo, não há como engolir um alimento que causa o engasgo, pois ele está preso nas vias respiratórias, a não ser que vá para o esôfago depois de feita a manobra de Heimlich.
Resíduos de comida presos nos pulmões podem causar pneumonia ou bronquite, chiado no peito ou fazer com que o órgão murche. Uma infecção leva dias para aparecer, mas, se houver suspeitas, o médico deve examinar a pessoa ou pedir alguma radiografia ou exame mais complexo. Se for comprovada a presença de um corpo estranho, é feita a retirada no hospital.
O pneumologista afirmou, ainda, que é possível que resíduos alimentares pontiagudos (como ossos de frango ou espinhas de peixe) perfurem mucosas do esôfago, estômago ou intestino e provoquem infecções graves.
O especialista explicou que refluxo é quando o conteúdo do estômago volta para o esôfago, até o meio do tórax ou a garganta. O problema pode causar engasgo, mas em geral dá somente azia e queimação.
Se o idoso engasgado conseguir tossir, deve forçar a tosse e ser encaminhado para atendimento médico. Caso não consiga, deve ser feita a manobra de Heimlich, pois o indivíduo pode perder a consciência e ter uma parada cardiorrespiratória em poucos minutos. Nessa idade, os que não se alimentam sozinhos devem comer sempre com o tronco reto e ingerir coisas pastosas (sopas e purês).
Para evitar o engasgo, é preciso evitar falar ou rir ao comer, não usar bebida alcoólica e drogas nem consumir nada na posição deitada. Pôr a vítima de cabeça para baixo é mais difícil no caso de um adulto, mas se abaixar com o tronco na horizontal pode ser eficaz.
Por fim, José Eduardo diferenciou engasgo de apneia do sono, cujos sintomas podem ser confundidos durante a noite. Ele disse também que pessoas com síndrome de ansiedade costumam ter sensações permanentes de engasgo, mas não têm um motivo anatômico, apenas emocional.
Fonte: g1.globo.com/bemestar | 15.04.11