Publicado por Redação em Previdência Corporate - 23/11/2011
Reservas da previdência se aproximam do primeiro R$ 1 trilhão
Conscientização do brasileiro aumenta e aplicações crescem mais de dois dígitos todo ano há mais de uma década.
Marco será atingido em alguns anos
O brasileiro está cada vez mais consciente da importância de formar poupança de longo prazo para garantir a realização de projetos futuros ou ter uma aposentadoria mais tranquila.
Essa é a opinião dos especialistas quando analisam a robusta e consistente evolução do mercado de previdência complementar aberta do país, cujo crescimento médio anual das captações não fica abaixo de dois dígitos há mais de uma década.
Entre 2001 e 2010, ficou acima de 25% e as previsões menos otimistas para o encerramento deste ano indicam algo como 20%.
Conservador em comparação à maioria dos especialistas, que projetam percentual próximo ao da última década para o crescimento nos próximos cinco anos, Marco Antonio Rossi, presidente da Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (FenaPrevi), prevê desaceleração para 14% de alta em 2012.
"Este ano está muito bom, o histórico de crescimento é forte e a cada ano a base tem sido maior porque há mais potencial para poupar. Mas em segmentos como o VGBL a expansão deverá continuar acima de 20%", diz. Conforme Rossi, além dos fatores macroeconômicos favoráveis, as empresas que operam na área também têm desenvolvido estratégias para traduzir em negócios o avanço da economia brasileira. Elas apostam, principalmente, em educação financeira e atendimento especializado, já que esse investimento pode ser um mau negócio para clientes e empresas, se for no curto prazo.
"Investir na previdência só se justifica no médio e longo prazos. Para períodos curtos, é melhor escolher outros produtos", diz Lúcio Flávio de Oliveira, diretor-presidente da Bradesco Vida e Previdência. As companhias também desenvolvem cada vez mais produtos diferenciados, explorando perfis de clientes e nichos, como o de investimento voltado para a educação dos filhos, o mercado feminino e o que combina risco da carteira de investimento de acordo com as fases de vida do portador dos planos, além de oferecerem mimos hoje comuns no mercado de seguros, como os de assistência a pequenos consertos domésticos.
O resultado dessas estratégias pode ser verificado nos números cada vez mais gordos das carteiras dos principais agentes. O Itaú- Unibanco bateu recorde de captação líquida (aportes descontados os resgates) em planos individuais este ano, fechando setembro com R$ 5,33 bilhões e 30,8% de participação nas captações líquidas totais de pessoas físicas, de R$ 17,33 bilhões, segundo Osvaldo do Nascimento, diretor-executivo de operações de produtos de investimento e previdência da instituição. "Em 2010 inteiro, tivemos R$ 4,5 bilhões de captações líquidas e 19,4% de market share", ele afirma, observando que a meta é ultrapassar R$ 7 bilhões este ano, para um total do mercado de cerca de R$ 24 bilhões. "Num cenário de taxa de juros em queda e estabilidade econômica, as pessoas conseguem planejar mais o futuro e seus projetos de vida", explica Nascimento.
Na Bradesco Vida e Previdência-líder de mercado, com 31,8% do total bruto arrecadado até setembro -, a previsão é de crescimento de 30% nas captações este ano. O banco encerrou outubro com reservas próximas a R$ 90 bilhões e a expectativa é alcançar R$ 100 bilhões. "O resultado foi forte este ano e alcançar a meta em dezembro será uma vitória", afirma Oliveira que, conservador, prefere esticar essa projeção para fevereiro de 2012. O banco Santander também já expandiu seus negócios e crescerá este ano na casa de dois dígitos, sempre um pouco acima do previsto para o mercado, diz Richard Seegerer, superintendente de produtos de previdência do banco. O executivo mantém em sigilo os seus números, mas entre janeiro e setembro deste ano o banco deteve 5,5% de participação na arrecadação total, ou mais de R$ 1,7 bilhão, segundo dados da FenaPrevi. Suas reservas estão próximas de R$ 20 bilhões.
A Brasilprev cresce acima do mercado em arrecadação e em captação líquida, assegura André Camargo, superintendente de gestão estratégica. "Já há alguns anos crescemos acimada média da indústria. Enquanto em arrecadação total o mercado cresceu 20,6% até setembro, a Brasilprev teve expansão de 33,9%, para R$ 8,54 bilhões, e somos líderes em captação líquida, com 31,6% de mercado", diz. Camargo informa que no acumulado até de outubro a captação líquida da empresa foi a maior do setor e alcançou R$ 6,52 bilhões, evoluindo 18%, enquanto a captação líquida total do mercado foi a R$ 19,3 bilhões, alta de 21% comparativamente a 2010.
O executivo da Brasilprev, assim como a grande maioria dos especialistas, acredita que o mercado de previdência complementar possa atingir R$ 1 trilhão em ativos bem antes do final dessa década. "Estamos trabalhando para expandir de18%para25%em2018", diz Camargo.
O mercado brasileiro tem grande potencial para tanto, acredita Rossi, apesar de achar a meta ousada. Nascimento, do Itaú- Unibanco, acredita que o setor estará próximo de R$ 900 bilhões em reservas, em cinco anos, se o país mantiver taxa de crescimento em torno de 4,5% a 5% no Produto Interno Bruto (PIB) e a previdência complementar entre 25% e 30%. "Mas, em sete anos, alcança", prevê Oliveira, do Bradesco. O executivo do Itaú-Unibanco lembra que em países desenvolvidos o mercado de previdência representa entre 40% e 80% do PIB. No Brasil, mal ultrapassa os 15%, somando os fundos de pensão.
Fonte:http://www.segs.com.br|23.11.11