Quem é feliz vive mais, indica estudo


Estudo britânico tenta determinar se felicidade e longevidade possuem relação direta

Um novo estudo mostra que adultos mais velhos que se consideravam felizes viveram mais do que outros que estavam menos contentes com suas vidas. "O estudo aponta para uma ligação fascinante entre a forma como nos sentimos felizes no nosso dia-a-dia e a sobrevivência", disse Andrew Steptoe, diretor da Divisão de Saúde da População da University College London e autor da pesquisa.

Os autores do estudo também descobriram que altos níveis de emoções negativas, como a ansiedade, não significam a perda de alguns anos de vida. Os pesquisadores acreditam que felicidade tenha conexão com saúde, mas admitem que a pesquisa não fornece provas sobre isso. O desafio, a partir de agora, é descobrir os mecanismos específicos que as conectam. “A doença faz você se sentir menos feliz ou a felicidade protege contra doenças? Esta pesquisa é sobre a segunda possibilidade”, disse Steptoe.

Embora não haja provas sobre a relação de felicidade e longevidade, a mensagem para levar para casa é bastante clara, segundo Sonja Lyubomirsky, professora de psicologia da Universidade da Califórnia. “A sugestão irresistível é que devemos trabalhar duro para aumentar as emoções positivas em nossas vidas diariamente”, disse.

Emoções positivas e negativas
O estudo, que foi publicado em outubro na Proceedings of the National Academy of Sciences, ouviu 3.850 pessoas com idades entre 52 e 79 anos. Foi pedido que elas descrevessem seus sentimentos - felicidade, entusiasmo, preocupação, ansiedade ou medo - quatro vezes durante um período de 24 horas. Os voluntários estavam participando de um estudo sobre o envelhecimento.
O objetivo dos pesquisadores foi monitorar o que é conhecido como "efeito positivo" e "efeito negativo". Efeito positivo é um termo abrangente que se refere a emoções positivas, como paz, felicidade e empolgação. Efeito negativo é o oposto - a ansiedade, por exemplo.

Em seguida, os pesquisadores acompanharam os participantes para ver quantas pessoas morreram durante os cinco anos seguintes. Mais de 7% das pessoas que relataram o menor nível de felicidade morreram. Em comparação, apenas 3,6% das pessoas que se declararam com o maior nível de felicidade faleceram.

Mesmo levando em consideração fatores como renda, sexo e saúde, os pesquisadores concluíram que os que se declararam mais felizes tinham 35% menos chance de morrer do que aqueles que se diziam menos felizes. Os estudiosos questionaram o fato do efeito negativo estar relacionado ao tempo de vida mais curto das pessoas declaradamente menos felizes. “Um dos motivos parece ser que sentir-se deprimido estava ligado a ter uma doença pré-existente”, disse Steptoe.

A pesquisa focou em mortes de maneira geral sem levar em consideração causas específicas como, por exemplo, câncer. Além disso, os pesquisadores avaliaram apenas o bem-estar em um período de 24 horas e não consideraram os fatores de risco individuais, tais como a obesidade.

Fonte: delas.ig.com.br