Publicado por Redação em Notícias Gerais - 25/02/2015
Protesto de caminhoneiros já atinge rodovias em 12 Estados do país
A manifestação de caminhoneiros já ganhou a adesão da categoria em ao menos 12 Estados, afetando a produção de alimentos, exportações e abastecimento de combustíveis.
Desde que o protesto começou na última quarta (18), manifestantes já realizaram bloqueios em rodovias nos Estados do Pará, Ceará, Mato Grosso, Bahia, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Os caminhoneiros pedem redução no preço do diesel e do pedágio, tabelamento dos fretes e a sanção, por parte da presidente Dilma Rousseff, de mudanças na legislação que flexibilizam a jornada de trabalho –a categoria quer a liberação de mais horas trabalhadas por dia para aumentar os ganhos.
Preocupado com o impacto político e econômico do bloqueio das rodovias, o governo marcou uma reunião para esta quinta (26) no Palácio do Planalto, para discutir com os caminhoneiros e empresas de transporte. Segundo a Folha apurou, a ordem de Dilma é resolver o impasse o mais rápido possível.
O governo, porém, teve dificuldades nos últimos dias para resolver o problema porque não conseguia identificar líderes que respondessem por todo o conjunto de manifestantes.
Apesar da reunião marcada com o governo, muitos grevistas ainda realizam bloqueios na manhã desta quarta-feira em várias rodovias do país.
Em Minas, os motoristas ainda enfrentam protesto de caminhoneiros em ao menos três rodovias federais, totalizando 12 bloqueios.
A BR-381 é a rodovia com o maior número de trechos interditados por manifestantes. Das nove interdições registradas na via, sete são no sentido Minas e duas no sentido São Paulo.
Já na BR-040, caminhoneiros bloqueiam dois trechos da via nas cidades de Nova Lima e Congonhas. Também há um bloqueio na BR-262, em Juatuba.
Desde a 1h, os motoristas encontram bloqueio parcial de caminhoneiros no km 427 da BR-101, em Atílio Vivacqua, no Espírito Santo. Os manifestantes permitem a passagem apenas de carros e ônibus.
ADESÕES
O movimento ganhou adesão também na Bahia, no Ceará, no Pará e em São Paulo.
Nem mesmo decisões da Justiça Federal no Rio Grande do Sul e em Minas Gerais, obrigando a liberação das rodovias, surtiram efeito.
No Rio Grande do Sul, a Justiça determinou multa de R$ 5.000 por dia aos caminhoneiros que não deixarem as rodovias, mas a categoria decidiu manter a greve.
Em Palmeira das Missões (RS), agentes da PF chegaram a tentar notificar os caminhoneiros, mas foram ignorados.
Em Santos (SP), um grupo de manifestantes chegou a depredar caminhões, abrir compartimentos e derrubar carga na pista.
Responsáveis, em média, por 58% do transporte de mercadorias no país, segundo o Ministério dos Transportes, os caminhões têm participação ainda mais alta em setores como o de grãos.
Segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais, 65% do transporte da soja no país foi por esse meio em 2013.
No porto de Paranaguá (PR), por exemplo, o segundo maior exportador do país, o movimento está abaixo do normal. O escoamento da soja, em plena safra, está prejudicado. Neste terça, dos 925 caminhões previstos, apenas 67 chegaram.
Segundo a direção do porto, mesmo com o fim do movimento, deverá haver lentidão no escoamento da soja.
No Paraná e em Santa Catarina, a JBS decidiu paralisar oito unidades de produção de aves e suínos. O principal problema é a interrupção no fornecimento de grãos para a alimentação dos animais e de insumos, como embalagens.
Fonte: UOL