Publicado por Redação em Saúde Empresarial - 06/10/2011
Profissionais de TI na Saúde: um desafio para o mercado
Em recente artigo veiculado na SaudeWeb, foi discutida a importância dos profissionais de TI no setor da Saúde.
Gostaria de destacar alguns pontos deste artigo:
1) O presidente George W. Bush estabeleceu um objetivo em 2004 que até 2014 a maioria dos americanos teriam relatórios eletrônicos de saúde;
2) Ato HITECH assinado em 2008 pelo Presidente Obama alocou mais de US$100 milhões em novos programas de força de trabalho em TIS;
3) A estimativa é de que os Estados Unidos precisarão de 50.000 novos profissionais na área de saúde nos próximos anos para apoiar a demanda;
4) TI de Saúde encabeça a lista de empregos para graduados nas faculdades neste ano, de acordo com um novo estudo da University of California.
Estes dados são concretos e quantitativos, mostrando a demanda por profissionais de TI focados em Saúde mas, é fundamental uma reflexão ainda mais profunda; A qualificação destes profissionais.
Como todos os setores, é essencial para um profissional de TI o conhecimento dos processos de negócio porém, na Saúde este elemento é ainda mais crítico. Ou seja, a qualificação destas pessoas em Saúde não é um valor agregado mas, sim, uma exigência.
E isto se torna ainda mais desafiador graças a diversidade do assunto “Saúde”. Por exemplo, quando comparamos o setor público e o privado, a lógica de faturamento, fluxos e processos, percebemos diferenças muito profundas.
Tampouco podemos falar de gestão hospitalar e seu reflexo no planejamento e avaliação de um maneira genérica, sem levar em conta o perfil assistencial e complexidade das diferentes unidades.
Ao mesmo tempo, a questão Saúde Pública é muito ampla indo desde as ações preventivas, passando pela atenção primária e chegando até a rede de referência. E isso implica ainda na integração dos níveis municipais, estaduais e federais.
Em cima de tudo isso, agrega-se a tudo isso uma resistência cultural a adoção da Tecnologia da Informação por parte de muitos profissionais assistenciais.
Estes são apenas alguns exemplos que evidenciam a complexidade do tema e que não podem ser tratados de maneira teórica pois, se tem um setor essencialmente prático e dinâmico este setor é Saúde.
Muitos desafios, sim, mas há também boas notícias.
Tenho percebido que aquela visão de que “médicos só discutem Saúde com outros médicos” está cada vez mais superada. Possivelmente pelo fato de profissionais de TI estarem conseguindo trazer valor concreto e objetivo à Saúde e, desta maneira, conquistado o respeito das equipes assistenciais.
Esta sinergia é essencial para um trabalho conjunto, cada qual com seu expertise mas, sempre, buscando um objetivo comum.
Em síntese, uma visão ampla, prática e dinâmica e com foco em resultados relevantes deve ser uma grande preocupação na formação dos profissionais de TI com foco em Saúde.
Profissionais que tenham como agenda, apresentar resultados tangíveis muito além de ganhos de “desempenho”, “velocidade”, “segurança”, “facilidade de uso”, “economia”, tão conhecidas no discurso de venda de soluções de TI.
Isto tudo implica numa mudança profunda de mindset, onde o foco seja o resultado final com ganhos concretos em Saúde, tais como acessibilidade ao sistema, qualidade dos serviços prestados, resolutividade, entre tantos outros.
E é esta oferta de produtos e serviços que realmente interessa à Saúde.
Fonte: www1.folha.uol.com.br | 06.10.11