Publicado por Redação em Previdência Corporate - 07/11/2011
Previdência privada é opção ao INSS
A Previdência Social amarga deficits ano a ano, o que significa que paga mais do que arrecada. Neste ano, até setembro, o rombo chegou a R$ 35 bilhões.O valor é 18% menor do que no mesmo período de 2010 e o mais baixo desde 2005 - mas ainda assim, alto. E como o cenário tende a se agravar, fica difícil cravar se haverá, no futuro, pagamento da aposentadoria para trabalhadores que contribuem hoje para cobrir o benefício de quem já pendurou a carteira de trabalho.
Nos últimos dez anos, subiu de 9,1% para 11,3% o número de brasileiros com mais de 60 anos, segundo o IBGE, sinal de que o brasileiro vive mais - cerca de 3,1 anos na última década. São mais pessoas que dependem do Instituto Nacional do Seguro Social.
É aí que entra a previdência complementar. Ano a ano ela arrecada mais - dados da Federação Nacional de Previdência Privada e Vida apontam expansão de R$ 33 bilhões em novos aportes entre janeiro e agosto, contra o mesmo período do ano passado. Sinal de que o brasileiro fica mais preocupado com a renda no futuro. "Quando as classes D e C ascendem socialmente, já passam se planejar financeiramente, constroem projetos de vida", afirma Guilherme Russo, gerente comercial da Brasilprev, uma das líderes desse mercado.
O máximo pago hoje pela Previdência Social é R$ 3.691,74 para o benefício. Quem ganha mensalmente até essa quantia, não deve optar por um plano de previdência complementar, avalia o professor da Fundação de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras, Silvio Paixão, especialista nessa área. Isso porque, dependendo da contribuição, receberá o teto do governo e manterá a renda. Quem ganha acima disso deve se movimentar se quiser manter o padrão de gastos. "Cada pessoa tem de se preparar a fim de saber o que pode acontecer com lá na frente (no futuro)", diz Paixão.
Para Paixão, um atrativo da previdência privada é o incentivo tributário. Caso do Plano Gerador de Benefício Livre, uma das opções no mercado. Nele, podem investir quem declara o Imposto de Renda pelo modelo completo, contribuindo com o INSS, tendo renda tributável - ou seja, com salário ou aluguel como fonte de rendas - além de ter IR a pagar ou restituir. Na modalidade, só pode ser depositado até 12% do salário, excluído 13°, a fim de ter isenção de IR durante todo o período em que ficar ativo o fundo. "Isso vira um programa atraente ao consumidor", afirma o professor de finanças pessoais da Escola de Economia da FGV Samy Dana. Só se paga o imposto ao restituir os valores - sobre o acumulado da aplicação. A outra é o Vida Gerador de Benefício Livre; para clientes que declaram o IR de forma simples ou não se encaixem nos critérios necessários para o PGBL. Também vira opção para quem busca depositar mais do que 12% do salário em previdência complementar. Não existe um melhor ou pior. São modalidades diferentes que variam com as características do interessado.
Por ser um investimento, que varia conforme taxas de juros vigentes no mercado ou bolsas de valores, também é opção para outros objetivos financeiros, todos pautados pela consciência de poupar agora para colher no longo prazo. Russo pondera que não dá para saber exatamente quais serão os ganhos ao fim do percurso por conta dos fatores que incidem nessa trajetória. "O efeito do dinheiro no tempo é muito interessante, por isso precisa-se verificar os objetivos, porque um plano em oito anos e sob algumas condições tem rendimentos bem diferentes de outro feito em doze anos", diz Russo.
A dica é traçar metas e persegui-las, seja para aposentar ou planejar o futuro dos filhos. É o que fez o comerciante Carlos Manuel de Souza, 56, de Ribeirão Pires. Sua filha Karla Souza tem só 14 anos, mas ele pensou na sua formação quando tinha apenas 7. São mais quatro anos de espera até que ele possa resgatar os valores aplicados na previdência privada, quando pagava R$ 100. Como seu pacote é reajustado conforme a necessidade da meta - R$ 28 mil - hoje o débito automático sai próximo de R$ 130. "Isso é uma previsão, depende do sobe e desce da inflação e de outras variáveis. Mas revolvi preparar o terreno agora para ela", afirma Souza. O objetivo é custear ao menos os dois primeiros anos da faculdade de Karla, que ela ainda nem escolheu. "Esperamos que seja medicina, mas vai depender dela", sonha o comerciante.
Novos planos para saúde e educação estão no papel
Duas modalidades que devem deixar os planos de previdência privada ainda mais atrativos são os Vida Gerador de Benefício Livre Saúde e Educação. Porém, estão emperrados no Congresso Nacional. O projeto passa por análises também da Receita Federal.
Ambos foram desenhados pelo órgão regulador do segmento, a Superintendência de Seguros Privados Privados, junto com a Federação Nacional de Previdência Privada e Vida em 2007. A principal vantagem das iniciativas é evitar que sejam cobradas alíquotas do Imposto de Renda sobre os valores investidos e, ao fim da aplicação, os ganhos obtidos. A expectativa era de serem avaliados no início do ano; mas isso não ocorreu até hoje.
Enquanto isso, o mercado dispõe de outros modelos, que podem ser escolhidos entre diversas seguradoras. A líder absoluta no mercado é a Bradesco Vida e Previdência, que liderou o ranking de arrecadação no acumulado de janeiro a agosto de 2011, com 31,80% do total arrecadado pelo setor entre janeiro e agosto. A BrasilPrev ficou na segunda posição, com 23,16%, seguida pela Itaú vida e Previdência ( 22,35%). O gerente comercial da BrasilPrev, Guilherme Russo,diz que a procura está alta, permitindo " crescimento de dois dígitos" até dezembro. Para se ter ideia, no primeiro semestre houve lucro de R$ 192,3 milhões sobre 2010.
Para participar dos planos, há valores a partir de R$ 25, o que permite que os novos consumidores possam planejar seu futuro com pequena parcela mensal.
Fonte:http://www.dgabc.com.br/07.11.11