Publicado por Redação em Previdência Corporate - 04/02/2013
Previdência muda risco quando investidor envelhece
Aplicação dos recursos para aposentadoria precisa ser mais ousada enquanto ainda se é jovem
Uma recomendação bastante comum em finanças pessoais é de que o investidor, ao poupar para a aposentadoria, dê ênfase para investimentos mais arriscados no início da aplicação (quando é mais jovem) e fique mais conservador à medida que envelhecer. Já existem produtos no segmento de previdência privada que têm por diferencial fazer esse tipo de ajuste automaticamente, sem interferência do cliente. No mercado, são conhecidos como fundos ciclo de vida.
Aquele que investe pode identificar facilmente esse tipo de produto porque, quase sempre, há uma data na denominação: 2030 ou 2040, por exemplo.
Essas datas não estão por acaso: indicam o ano previsto para o cliente sacar o dinheiro aplicado.
Um fundo para o ano de 2030, por exemplo, pode aplicar os recursos acumulados na seguinte proporção: metade em ações, outros 10% em produtos pós-fixados e o restante em produtos de renda fixa, porém um pouco mais arriscados, tais como títulos do Tesouro Direto de longo prazo.
Em 2030, a parcela do dinheiro aplicado em ações deverá ser bem menor, em torno de 4% do valor total. A parte do dinheiro em aplicações mais conservadoras, por sua vez, deverá representar mais de 80% do bolo.
A lógica por trás dessa distribuição de recursos é que o investidor mais jovem terá mais tempo para esperar os prováveis ganhos do dinheiro aplicado em ações, ou mesmo, recuperar eventuais prejuízos. Para o investidor mais velho, no entanto, não se recomenda correr esse tipo de risco.
Instabilidade
“Esses fundos não têm um comportamento previsível nos primeiros anos. Mas a cada vez que o gestor mexer na carteira de investimentos, o montante de aplicações escolhidas, vai tornar o produto mais conservador”, diz Plínio Sales, superintendente de Produto da Icatu Seguros, pioneira no lançamento desses fundos no Brasil.
No começo, a missão do responsável por administrar os recursos do fundo é fazer o dinheiro crescer; na etapa final, é proteger os recursos acumulados da inflação.
Em termos práticos, significa mais instabilidade para rendimentos dos primeiros anos, porque o dinheiro está investido em produtos com maior chance de perda ou ganho (como ações). A poupança é mais estável, mas provavelmente não vai fazer o dinheiro render da mesma maneira.
“O público que aplica nesse tipo de fundo tem que ter, naturalmente, um horizonte de longo prazo”, afirma o diretor-executivo de Investimento e Previdência do Itaú Unibanco, Osvaldo Nascimento.
Ele ainda defende que a questão da instabilidade não deveria ser a maior preocupação do poupador em um produto desse tipo. “Ninguém olha o preço do próprio apartamento todo dia. Mas é óbvio que esse imóvel tem muita variação de preço. E por quê? Porque considera o imóvel como um investimento de longo prazo”, destaca.
APOSENTADORIA
DOS FILHOS
Executivo do Itaú afirma que o fundo ciclo de vida é procurado principalmente por pais interessados em fazer as primeiras aplicações na aposentadoria dos filhos. “A legislação tributária permite que os pais que abrem esses fundos para os próprios filhos possam deduzir o dinheiro aplicado no Imposto de Renda”, diz ele.
Sales, da Icatu, vê outro perfil de cliente. “Trata-se daquele investidor que não conhece previdência, não conhece investimentos, não pretende se dedicar a aprender sobre o assunto, mas confia o suficiente na capacidade do gestor da instituição financeira] para deixar a aplicação no ‘piloto automático’, por assim dizer”, finaliza.
Fonte: www.dm.com.br