Publicado por Redação em Notícias Gerais - 25/03/2011

Portugal continua em foco, mas bolsas externas apresentam valorização

SÃO PAULO - Focos de instabilidade continuam a despontar no noticiário econômico, mas aparentemente os investidores já precificaram esses eventos e os principais índices de ações globais avançam nesta sexta-feira (25), completando uma semana em que ganhos predominaram. Após o domínio de Japão e Líbia nas manchetes, Portugal aparece como grande ator do dia, com o sentimento de que um resgate financeiro ao país é iminente.

Ainda assim, as bolsas europeias operam em leve alta, enquanto os contratos futuros das principais bolsas em Wall Street apontam para novo pregão positivo, ao menos na abertura. Na agenda econômica, o grande destaque fica com a última revisão do PIB (Produto Interno Bruto) dos Estados Unidos para o quarto trimestre de 2010.

Portugal e o resgate
A crise da dívida nos países periféricos europeus voltou à tona com a instabilidade política instalada em Portugal após o pedido de renúncia do primeiro-ministro José Sócrates, ao ter um novo projeto de austeridade fiscal ser rejeitado no Parlamento pela oposição. Com isso, as agências de classificação de risco Fitch e Standard & Poor’s rebaixaram o rating da dívida do país, adicionando pressão à dinâmica de juros dos títulos portugueses.

Desse modo, um resgate financeiro passou a ser considerado iminente. Para o The New York Times, a necessidade de recursos do país pode alcançar até US$ 113 bilhões. Mas, segundo a publicação, economistas estariam colocando em xeque a opção das autoridades europeias, reunidas nesta sexta-feira em Bruxelas, de salvar países à beira da "falência".

Os casos da Irlanda e da Grécia seriam exemplos de que a atitude pouco restaura a confiança dos investidores, já que os juros para títulos com vencimento em 10 anos desses países estão em patamares mais elevados do que na época em que receberam ajuda financeira. A reestruturação da dívida, e atribuição de perdas também aos detentores privados, seria uma solução melhor, defendem alguns economistas, segundo o jornal.

Na reunião da Comissão Europeia, que termina nesta sexta, Paul Donovan, economista do UBS, ressalta que aparentemente as autoridades concordaram em alterar os termos dos pagamentos dentro do mecanismo de resgate criado para salvar países da região, mas ainda não foram tornados públicos resultados do encontro.

Sem concordância na Líbia
Além de Portugal, outro tema que segue na pauta do mercado é a crise política no norte da África e Oriente Médio, em especial na Líbia. Os ataques da coalizão internacional contra tropas do governo líbio continuam, e o futuro do país segue nebuloso. Segundo relatos da imprensa internacional, a coalizão sofreria com divergências quanto ao objetivo e a estratégia de saída que será usada para a missão.

Além disso, os temores quanto ao alastramento da tensão política nos países do norte da África e Oriente Médio ganham força, com a piora da situação em diversos países, principalmente na Síria. Com isso, o petróleo opera em alta e se aproxima dos US$ 106 por barril em Nova York.

PIB dos EUA em destaque
Passando para a agenda econômica, o grande destaque do pregão é a revisão do PIB dos EUA para o quarto trimestre. Para Donovan, do UBS, forças contraditórias, como piora dos pedidos de bens duráveis e recomposição de estoques, deverão ocasionar crescimento de 3,2% no trimestre. A medição anterior apontara 2,8% de expansão. Já para a confiança do consumidor medida pela Universidade de Michigan, Donovan aguarda queda.

Apesar da quantidade de referências, Julio Hegedus, economista da InterBolsa, acredita que a tendência para o Ibovespa é de alta, com os mercados operando com "otimismo cauteloso", avalia. Por aqui, vale notar o cenário corporativo, com a temporada de balanços e o noticiário envolvendo a Vale (VALE3, VALE5), com a pressão para a troca de comando da mineradora por parte do governo.

Fonte: web.infomoney.com.br | 25.03.11 


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