Publicado por Redação em Saúde Empresarial - 30/08/2011
Players de outros países analisam a saúde no Brasil
Mais do que um mercado em ascensão, o Brasil tem sido visto como um parceiro para o turismo de saúde. Esse é o posicionamento do diretor médico da Bupa Latin América, Eddie Sollier.
Segundo Sollier, com a Copa do Mundo e as Olimpíadas, o Brasil tem uma grande oportunidade de expandir a sua atuação no tratamento de pacientes estrangeiros. “É uma boa ocasião para as operadoras garantirem a saúde dos turistas”.
Em sua participação do 2º Medical Travel Meeting Brazil, realizado nesta segunda-feira, (29), em São Paulo, Sollier explicou que o Brasil possui muitas instituições de excelência com potencial para oferecer atendimento de qualidade.
Muitos de nossos clientes moram no Brasil e, quando necessitam de atendimento, são tratados no País, pois possui uma estrutura adequada, destacou. “Existe também o fato de que, dependendo do quadro em que o beneficiário se encontra, é um fator de risco transportá-lo para outro local”.
Além disso, o diretor médico da Bupa Latin América ressaltou que muitos médicos brasileiros estudaram em instituições conceituadas no exterior e isso seria mais uma característica capaz de agregar boas referências à medicina brasileira. “Quando os pacientes procuram uma segunda opinião sobre a medicina brasileira sempre recebem uma opinião positiva quanto ao diagnóstico.
No entanto, o palestrante destacou que um dos problemas que os pacientes estrangeiros encontram no País está ligado à burocracia dos procedimentos e o acúmulo de papel. “As ações de marketing que visam a divulgação do turismo de saúde no Brasil também precisam ser melhoradas para que os pacientes conheçam a conduta realizada aqui”.
Por último, Sollier destacou que o Brasil precisa investir mais no público de alto poder aquisitivo. “Com o envelhecimento da população, as pessoas estão procurando qualidade e aceitam investir na saúde para ter um bom atendimento.
Saúde no Canadá
No intuito de abordar as questões que norteiam a saúde no Canadá e discutir possíveis parcerias em saúde, o evento contou com a presença do representando da Universidade MCGill, no Canadá, Robert Babczal
Segundo Babczal, o Canadá investe U$S182 bilhões de dólares por ano em saúde possui um modelo de Sistema de Saúde Universal, possibilitando que esteja na ponta da evolução em saúde.
No entanto, assim como em todos os países, também apresenta falhas em seu sistema.“O tempo de espera em hospitais e filas para fazer exames no Canadá está além do estimado”.
Babczal disse que o País está avaliando o que pode ser incluído no atendimento da população. “Com a evolução médicas estamos pensando em como aprimorarmos assuntos como TI, internet, prontuários eletrônicos, oportunidades e riscos e diminuição do número de especialistas”.
Mercado latino americano
Para representar a medicina argentina e as oportunidades no mercado , o encontro contou com a participação do representante da Clínica Fleni, da Argentina, Juan Ithurelda.
Ithurelda contou que em nível global o turismo médico gera $60 milhões de dólares por ano. E chamou atenção para o fato de que um turista com finalidades médicas gasta 10 vezes mais que um turista convencional.
A partir desta premissa, Ithurelda explicou que a Argentina é considerada um potencial País para desenvolvimento do turismo médico. “Possuímos centros de qualidade, profissionais com boa formação e nosso turismo é atrativo aos estrangeiros”.
A maior busca pelos recursos de saúde argentinos são pacientes que procuram cirurgias estéticas e procedimentos odontológicos ou oftalmológicos. E, em menor escala, neurocirurgias, cirurgias cardiológicas e reabilitação em fase avançada.
O representante da Fleni avaliou que o sucesso do Turismo Médico está vinculado à capacidade das instituições de avaliar e selecionar pacientes estrangeiros a quem possam oferecer serviços de qualidade.
“Deve-se levar em consideração sua capacidade de oferecer a solução adequada vinculada ao destino turístico escolhido”.
Necessidades da Angola
A exposição do mercado da saúde na Angola foi feita pelo oncologista do Centro Nacional de Oncologia da Angola, Fernando Miguel.
Em sua participação, Miguel disse que o Brasil e a Angola são países irmão devido as suas semelhanças culturais e colonizadoras. E contou que, assim como o Brasil possui o Sistema Único de Saúde a Angola trabalha a saúde com o Sistema Nacional de Saúde.
Por ser uma nação subdesenvolvida, Miguel disse que a Angola ainda apresenta muitos problemas de ordem da saúde pública. “Uma das principais carências da Angola são os problemas com doenças infecto contagiosas”.
No entanto, o oncologista conta que, nos últimos 10 anos, doenças começou a haver um equilíbrio desse quadro com as doenças crônicas não transmissíveis.
Diante dessa realidade, Miguel explicou que a Angola tem como objetivo estabelecer parcerias para tratar doenças crônicas não transmissíveis com o mercado brasileiro.
Fonte: www.saudeweb.com.br | 30.08.11