Publicado por Redação em Saúde Empresarial - 02/09/2016
Planos de saúde pedem à ANS prazo maior para marcação de consultas
SÃO PAULO - As operadoras de planos de saúde estão pedindo à Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) a flexibilização dos prazos de atendimento e redução das multas aplicadas aos convênios médicos.
Segundo Pedro Ramos, diretor da Abramge, associação das operadoras de planos de saúde, o modelo de aplicação de multa pela agência é inviável, principalmente no atual cenário de crise. Ramos exemplifica que, pela regra atual, uma consulta médica que não for agendada no prazo de uma semana pode gerar uma multa de R$ 80 mil à operadora do plano. “O que pedimos é uma flexibilização."
"Em algumas regiões do país, por exemplo, há uma carência de médicos especialistas que ficam sobrecarregados e não têm agenda para atender”, disse Ramos. “O mesmo exemplo vale para pediatra e geriatria, duas especialidades que no período do inverno têm uma grande procura. Poderia haver uma flexibiização nesse períodos de grande demanda”, afirmou ele, durante evento realizado pela Abramge na manhã desta quinta-feira em São Paulo.
O diretor pede também um prazo maior para o atendimento de cirurgias eletivas envolvendo órteses e próteses. Atualmente, esse prazo é de 21 dias corridos. O argumento de Ramos é que “diante da máfia das órteses e próteses é preciso de mais tempo para analisar as demandas”. Hoje, a Polícia Civil cumpre, em Brasília, mandatos de prisão de médicos envolvidos em denúncias de uso irregular desses materiais médicos.
Questionado se existe possibilidade de atender à demanda das operadoras quanto à flexibilização das multas e dos prazos de atendimento, o presidente da ANS, José Carlos Abrahão, informou que tais medidas estão no marco regulatório, ou seja, estão na Lei e não devem mudar. “Esses valores e prazos foram dosados, calculados e negociados com o setor. Esse é um tipo de discussão que não está na pauta”, disse.
Fonte: Valor Econômico