Publicado por Redação em Carreira - 26/06/2020
Pesquisa constata alta adesão ao trabalho remoto, com mais produtividade e integração das equipes, durante quarentena
A everis, consultoria especializada em TI e Negócios, do grupo NTT Data, realizou uma pesquisa internamente, entitulada: “Trabalho remoto durante a quarentena”. O objetivo foi compreender junto aos colaboradores como o regime de quarentena está impactando a relação com o trabalho remoto, principalmente o ritmo trabalho e as relações profissionais, a sobreposição entre tarefas profissionais e domésticas, além do bem-estar dos colaboradores.
“O anúncio da pandemia do Covid-19 exigiu o isolamento social e nos forçou a mudar nossa forma de trabalhar há mais de dois meses. Como fomos ágeis e em uma semana todos os nossos profissionais já estavam trabalhando home office, nós entendemos que precisávamos entender como foram impactados e estão lidando com este momento”, explica Ricardo Neves, novo CEO da everis Brasil, que assumiu o cargo já trabalhando remotamente.
Segundo Neves, a everis decidiu também aproveitar a oportunidade para acelerar as discussões sobre a transformação de seu ambiente profissional futuro, a fim de torná-lo mais qualitativo e satisfatório para todos. “Como uma consultoria, nosso capital humano é determinante para o sucesso nos negócios. Por isto, é fundamental que invistamos em seu bem-estar no ambiente profissional a fim de assegurar que estejam sempre motivados a produzir e inovar para oferecer excelência de serviços e atendimento aos clientes”, destaca o CEO.
Uma das principais descobertas da pesquisa, realizada pela Chazz, consultoria de inovação, estratégia e design da everis & NTT Data, é de que “O tempo é a principal moeda do trabalho remoto”, mesmo em regime de quarentena. “A valorização do tempo pelas pessoas da everis se justifica porque, com o trabalho remoto, elas ganharam em média 18% de tempo a mais diariamente, um recurso nobre que era utilizado no deslocamento cotidiano”, afirma Flávia Albo, Head de Inovação do Chazz. Isto se deve ao fato de, anteriormente, mais de 50% dos colaboradores gastavam de 1h30 a mais de 2 horas para ir da casa ao trabalho diariamente.
O tempo economizado com o deslocamento se converteu em outras atividades, por exemplo, 45% dos colaboradores destinaram parte deste tempo aos estudos, 38% para incrementar sua produtividade, que aliás foi bem gerida por 75% dos colaboradores, que afirmam ter conseguido manter o ritmo de trabalho e o volume de entrega nos projetos. “Converter o tempo de deslocamento em atividades como estudo, família, lazer e até mesmo trabalho é uma forma de ganhar tempo, o que se tornou o principal benefício e impulsionou a adesão ao trabalho remoto”, detalha Flávia. A pesquisa apurou ainda que quanto mais distante o colaborador mora do trabalho, melhor é a adesão a modalidade remota.
Outro insight foi que “O trabalho remoto será parte do novo normal” e foi uma conquista bem-vinda, pois 91% dos respondentes gostariam de manter alguma forma de trabalho remoto depois da quarentena. Destes, 41% dos gerentes da everis gostariam de trabalhar metade dos dias da semana de casa. “É claro que, como tudo foi muito rápido, no início tivemos muitos questionamentos, incertezas, horas de trabalho e estudo a mais, para buscar metodologias e referências de como nos adaptar. Mas agora nossos colaboradores estão adaptados e a maioria tem interesse em manter o home office, o que é surpreendente, considerando-se que antes 84% deles nunca tinham trabalhado remotamente ou só trabalhavam um dia por semana em home office”, destaca o CEO da everis.
Outra percepção positiva foi que esta modalidade funciona melhor quando todos estão online, porque as interações ficam mais coerentes e fluídas. Quando estar remoto é a exceção, o indivíduo muitas vezes tem uma interação menor, porque os parcipantes das reuniões tendem a dar maior atenção aos presentes. Esta constatação está sendo estudada pela everi para definição do “novo normal” da empresa no futuro, com o intuito de manter parte das conquistas alcançadas durante a quarentena.
“Como dito anteriormente, a maioria dos profissionais mantiveram sua produtividade, ou seja, trabalhar remoto é produtivo, especialmente porque os atrasos acabaram e as pausas desnecessárias diminuíram”, diz Neves. Ao contrário do que ocorre ao trabalho no escritório, as pausas das atividades online são programadas e a inexistência de qualquer tipo de deslocamento, mesmo dentro do escritório, cria a expectativa de pontualidade.
Esta realidade traz a dificuldade de gerir o tempo para não trabalhar de forma contínua. “Por isto, teremos de pensar em formas de ajudar os colaboradores a terem disciplina para delimitar as horas de trabalho e a reservar momentos para alimentação e pausas estratégicas para garantir seu bem-estar cotidiano”, informa Neves.
A maioria dos participantes da pesquisa da everis (91%) também ressaltaram que “a boa estrutura é a principal aliada do trabalho remoto”, pois sua falta resulta em problemas já conhecidos (dores no corpo, estresse, etc.). Afinal, ter um ambiente específico para o trabalho, se vestir (colocar roupa) e ter móveis propícios é um alicerce para a criar uma rotina profissional, mesmo que em casa.
Avaliação de percepções dos colaboradores
A pesquisa da everis, realizada pela Chazz, visou também entender as percepções e sentimentos dos colaboradores durante a quarentena, e verificou que apesar dos sentimentos negativos, existem mais sentimentos positivos, mesmo em meio a este momento de pandemia.
“A maioria dos colaboradores (83%) está muito preocupada e ansiosa com o contexto de pandemia e Coronavírus. Porém, fomos surpreendidos por 67% terem percepções positivas que resultam de estarem mais tempo com a família, como esperança, solidariedade, foco no presente e maior criatividade, além de 83% dos colaboradores relatarem estar confiantes em manter seus contratos de trabalho pelos próximos 12 meses. Isto nos leva a crer que sairemos mais fortes e transformados deste período”, acredita Flávia.
A confiança na manutenção do emprego se baseia no fato dos profissionais considerarem a everis uma empresa sólida e moderna, focada na oferta de serviços e tecnologias disruptivas/inovadoras, que são extremamente relevantes hoje e tendem a ser cada vez mais demandados devido as mudanças atuais e futuras.
Em meio à incerteza e apreensão gerada pela pandemia, 93% dos colaboradores destacaram a importância da liderança da everis estar preocupada com questões humanas, ao apoiar o isolamento social, aderir à campanha “Não demita”, oferecer auxílio extra para investir no trabalho remoto e manter uma comunicação ativa com eles. Além disso, a agilidade na implementação do modelo remoto, considerando as situações individuais e o estado emocional da equipe, assegurou a credibilidade da empresa na transformação digital ao mesmo tempo que reforçou a sua orientação com os colaboradores, que estão plenamente satisfeitos com a atenção dada pela empresa. “Os insights obtidos nos mostram que agimos assertivamente ao agilizar a adoção do trabalho remoto, logo após o anúncio, dando o suporte material e psicológico necessário para garantir a segurança, a saúde e o bem-estar dos trabalhadores neste momento crítico”, ressalta Neves.
Aperfeiçoamentos do modelo remoto da everis motivados pela pesquisa
Em função dos resultados da pesquisa, a everis pretende aprimorar seu ambiente profissional remoto. “Nós obtivemos respostas relevantes para orientar ações e medidas futuras para tornar o cotidiano de nossos colaboradores mais produtivo e eficiente, ao mesmo tempo em que contribuímos para sua saúde física, mental e emocional,” informa Neves.
A área de People da everis detectou, por exemplo, a necessidade de aperfeiçoar o processo de seleção e integração de novos funcionários remotos, a fim de melhor transmitir a cultura e as políticas da organização, bem como facilitar sua integração às equipes. Identificou também que precisa criar gatilhos para evitar que os profissionais trabalhem ininterruptamente por horas, incentivando pausas. Verificou ainda que é necessário criar um código comportamental para o trabalho remoto, com a intenção de ajudar a estabelecer limites entre a vida profissional e pessoal.
Além disso, a everis concluiu que deve continuar investindo no desenvolvimento de relações de trabalho ainda mais interativas e eficazes, a fim de motivar a inovação e a colaboração entre as equipes, mesmo à distância, o que trará benefícios efetivos para a companhia, seus clientes, prospects, parceiros e fornecedores. “Em algumas semanas, pretendemos refazer a pesquisa para ter um novo termômetro de como está nosso pessoal para assim definir ações de comunicação, marketing, recursos humanos e dos gestores junto as suas equipes”, completa o CEO da everis.
Metodologia da pesquisa
A pesquisa “Trabalho remoto durante a quarentena” foi realizada em três etapas: 1) Criação de hipóteses – com base em conversas informais com um conjunto de colaboradores e pesquisas externas, baseadas em um conjunto de hipóteses a serem aprofundadas. 2) Levantamento quantitativo – convidando seus 2.600 colaboradores no País a responder anonimamente a um questionário online com 16 perguntas, cujos resultados deram origem a um conjunto de insights e um primeiro retrato da everis durante a pandemia. 3) Pesquisa qualitativa – as hipóteses e os insights da pesquisa quantitativa foram aprofundados com 10 entrevistas com colaboradores de diferentes gêneros, configurações familiares e níveis hierárquicos.
As dimensões pesquisadas foram:
- Perfil dos colaboradores – para entender como as tarefas e novos afazeres dentro de casa estão sendo encarados conforme o gênero, como pessoas de diferentes cargos estão percebendo e se adaptando ao trabalho remoto, diferenças na forma de lidar com a situação de pessoas de diferentes gerações (“baby boomers” , “y”, “z” , etc.) e como a configuração da moradia impacta no home office.
- Relação com o trabalho remoto – economia de tempo com deslocamento faz diferença na rotina profissional e pessoal; o trabalho remoto impacta positiva ou negativamente a produtividade; as tarefas domésticas atrapalham o desempenho, existe diferença de percepção e adesão entre o gêneros; como o tempo “economizado” no deslocamento diário está sendo utilizado; como trabalho remoto está impactando o trabalho em equipe e colaborativo; quais são as expectativas depois da pandemia – gostariam de manter o trabalho remoto.
- Ferramentas de trabalho – para identificar quais são as principais demandas estruturais para trabalhar remotamente (ergonomia, internet, ferramentas de trabalho), se ter um lugar definido e estruturado para o trabalho remoto ajuda a manter o ritmo de trabalho; quais aspectos são mais significativos em termos de estrutura para trabalhar em casa.
- Afecto (percepção + sentimentos) – verificar o nível de preocupação com o Coronavírus e a pandemia; como as condições emocionais afetam o ritmo de trabalho; se a sobreposição entre vida pessoal e profissional se tornou ainda mais complexa e intensa; se os colaboradores estão sentindo falta da presença física nos escritórios e sentimentos que se afloraram (positivos e negativos).
- Visão sobre as políticas da empresa durante o período da pandemia – como os colaboradores estão avaliando a posição e atenção dada pela empresa nesse momento; sua opinião sobre as medidas tomadas diante da crise e percepção sobre sua empregabilidade na crise atual.
Os resultados se basearam em uma amostra composta por 1319 colaboradores, ou seja, 50,7% da força de trabalho brasileira. A maioria dos respondentes (93%) são profissionais da operação, entre os quais estão consultores de negócios e TI, engenheiros, cientistas de dados e desenvolvedores, entre outros; 6% gerentes e diretores; e 1% sócios e diretores executivos.
Ao considerar generos, 67% são homens e 33% mulheres, sendo que 55% estão na faixa etária de 30 a 45 anos de idade, 37% de 21 a 29 anos, 8% de 46 a 55 anos, 3% acima de 56 anos e 2% tem menos de 21 anos. Analisadas as configurações de moradia, 53% moram com cônjuges e/ou filhos, 26% vivem com os pais, 11% sozinhos, 5% dividem o espaço com amigos e 5% em outras situações.
Fonte: Mundo RH