Publicado por Redação em Notícias Gerais - 16/08/2011

Perfil da geração Y e carreira no setor público: será que combinam?

SÃO PAULO – Apesar das claras vantagens em optar por uma carreira  pública, em especial no que diz respeito à estabilidade  profissional e, consequentemente, financeira, os indivíduos da geração Y nem sempre conseguem se adaptar ao perfil desse modelo de trabalho e o resultado, muitas vezes, acaba sendo uma grande frustração.
 
Atraídos por salários altos e por um emprego não tão marcado pelos altos e baixos da carreira no setor privado, homens, mulheres, jovens e velhos dedicam horas de estudo para passar em um dos diversos concursos públicos oferecidos no País.
 
A grande questão é, será que a geração Y (indivíduos nascidos depois de 1980), formada por profissionais que gostam de diferentes experiências, de desafios, de empreender e de crescer rapidamente, seria feliz em uma carreira pública? A diretora da Gutenberg consultoria, Denize Kallas, explica que a carreira pública é, sim, uma boa opção, no entanto, apenas para aqueles que, apesar de pertencer à geração Y, não compartilham das mesmas características que definem esse grupo de pessoas.
 
“É importante lembrar que muitos jovens da geração Y não têm as principais características dessa geração. O que é preciso, antes de tudo, é avaliar as características da pessoa”, explica Denize.
 
Quais são seus valores?
Ter nascido a partir de 1980 não é razão suficiente para afirmar que todos esses indivíduos serão iguais. A influência da família e das experiências de vida serão essenciais na definição de seus valores particulares. Nesse sentido, a coaching da Blumen Consultoria, Yamara Pereira Pinto, aconselha que antes de decidir seguir por uma carreira pública, privada, ou mesmo iniciar o próprio negócio, é essencial avaliar seus valores.
 
O primeiro passo é observar quais são os desejos e motivações que fará o profissional feliz. É comum que as pessoas que tiveram uma infância complicada e viram os pais passarem dificuldades financeiras busquem empregos mais estáveis e, portanto, apesar de pertencerem à geração Y, ter estabilidade financeira está acima de tudo.
 
Por outro lado, também acontece de profissionais traumatizados por terem perdido o emprego resolverem mudar tudo e seguir para a carreira pública. Nesse caso, o indivíduo precisa avaliar se as habilidades que ele precisará desenvolver na carreira pública terá valor para ele. As coachings de carreiras concordam neste ponto: a análise critica será o ponto chave.
 
“O jovem precisa atentar para a importância de fazer essa crítica, entender que não basta só ver a carreira que está na moda, o que o mercado esta pedindo, mas ver se aquilo esta compatível com o que você quer para sua vida”, afirma Yamara.
 
Geração Y versus carreira pública
No geral, a geração Y é definida por ser uma geração dinâmica e que quer respostas rápidas, inclusive quando o assunto é ascensão profissional. Ela não tem paciência para esperar e quer interagir com tudo e todos, através dos mais diversos e modernos recursos tecnológicos.
 
Quando entra em uma empresa, busca um plano de carreira e, através de seu desempenho, do seu trabalho, almeja cargos melhores e salários mais altos. Yamara também complementa que essa geração não tem muita facilidade em aceitar regras ou respeitar hierarquia: “é uma geração que quer discutir, argumentar, questionar”.
 
Nas carreiras públicas, por outro lado, a realidade é um pouco diferente. O modelo é mais “emperrado” e é preciso estar consciente que nem sempre subir de posição vai depender exclusivamente dos méritos alcançados pelo profissional. A chamada meritocracia não é tão forte e presente nos órgãos públicos quanto é no setor privado. A questão política será muito presente, ou seja, dependendo dos contatos e das amizades que são feitas, o profissional terá mais chances ou não.
 
No meio dos prós e contras das carreiras públicas e privadas, seguir algumas dicas podem ajudar o profissional a tomar a decisão mais assertiva. O diretor da Central de Concursos, José Luís, aconselha os interessados a conversar com os profissionais que já estão atuando em alguma carreira pública. Dessa forma, é possível entender com funciona o sistema, se existe e é respeitado algum tipo de plano de carreira e se algum aspecto do trabalho não condiz com suas expectativas profissionais.
 
“Necessidade e felicidade tem de andar juntas”, finaliza Luís.
 
Fonte: web.infomoney.com.br | 16.08.11

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