Publicado por Redação em Saúde Empresarial - 24/01/2011
Perda da audição em crianças pode estar ligada à vírus durante a gravidez da mãe
De acordo com um estudo publicado no "Archives of Otolaryngology-Head and Neck Surgery", a perda da audição em crianças pode estar ligada a um vírus contraído pela mãe durante a gravidez.
Cerca de 9% das crianças que tiveram algum grau de perda da função auditiva também tiveram o citomegalovírus (CMV) no nascimento, diz a pesquisa.
O CMV é um vírus comum que normalmente causa uma infecção inofensiva e pertence à família do herpesvírus, a mesma dos vírus da catapora, herpes simples, herpes genital e do herpes zoster.
É transmitido por via respiratória (tosse, espirro, fala, saliva, secreção brônquica e da faringe ), por transfusão de sangue, por via sexual e por transmissão vertical da mulher grávida para o feto.
Mulheres que já estão infectadas quando ficam grávidas têm menos chance de transmitir o vírus aos filhos, mas aquelas que o contraem durante a gravidez têm risco maior de que seus bebês também peguem o CMV _nesses casos, elas têm 33% de chance de transmiti-lo aos filhos.
Uma a cada mil crianças tem algum tipo grave de perda de audição, e metade dos casos são hereditários, segundo a associação americana de fonoaudiologia.
Além disso, uma a cada 25 mulheres pegará o vírus durante a gravidez. O CMV já foi ligado a diversos problemas de desenvolvimento em crianças, incluindo deficiência mental e paralisia cerebral. A perda de audição é o problema mais comum.
Estudos anteriores já mostraram uma ligação entre perda auditiva e o vírus, mas não investigaram crianças com o problema nem tentaram determinar se ele era consequência de uma infecção pelo vírus.
O estudo avaliou 354 crianças a partir dos 4 anos com problemas de audição que fizeram o teste para CMV quando nasceram. Delas, 34 pegaram o vírus de suas mães.
O grau da perda auditiva variou de um dano parcial em uma orelha até a surdez total, mas as crianças que contraíram o vírus quando nasceram tinham um grau mais acentuado do problema em comparação com as crianças que não tinham o vírus.
Fonte: www1.folha.uol.com.br | 24.01.11