Publicado por Redação em Notícias Gerais - 18/12/2014
Para investidores, 2014 termina sem deixar saudades
Christiano Ehlers, do Santander: as maiores dificuldades em 2014 ficaram com os fundos multimercados Um ano para fortes.
Entre gestores e especialistas do mercado financeiro, há um consenso, 2014 não deixará saudades pelo excesso de volatilidade e incertezas. Os investidores tiveram que controlar a ansiedade diante das mudanças repentinas de humor do mercado. No Brasil, o sentimento de instabilidade foi agravado por eventos como Copa do Mundo, eleições, além das influências diretas de um cenário externo, também longe de uma era de certezas.
Neste quadro de volatilidade, que incluiu expectativas com relação ao dólar só concretizadas a partir de agosto, os fundos multimercados tiveram um ano difícil. No entanto, na visão de alguns gestores, o resultado foi o oposto para os fundos de inflação, que ganharam do CDI, um resultado muito diferente do vivenciado em 2013. "O grande destaque em termos de alocação foram os fundos de inflação, que ganharam relativamente bem do CDI. E, em 2013, havia sido uma alocação muito ruim", comenta Christiano Ehlers, superintendente executivo de investimentos do Santander.
Ehlers é assertivo ao afirmar que 2014 foi, sem dúvida, o ano da volatilidade. Para o superintendente executivo de investimentos do Santander, apesar de uma análise do movimento de determinadas classes de ativos não indicar tão claramente a volatilidade, foi um ano de muita volatilidade. "Pode até não parecer, mas o mercado chacoalhou muito. As maiores dificuldades foram para os fundos multimercados, que, de um modo geral tiveram um ano bem difícil em 2014.
Pode ser que esses fundos tenham uma recuperação em 2015, se for um ano com uma tendência um pouco mais clara, já que eles não contaram com um cenário positivo nos últimos dois anos", completa. Segundo a vice-presidência de gestão de ativos e terceiros da Caixa, em 2014 o cenário de taxas de juros mais elevadas contribuiu para impulsionar o resultado de captação em fundos pós-fixados, que acompanham a Selic, principalmente na categoria Referenciados DI.
Segundo a Caixa, o comportamento da captação em fundos de investimento no banco foi semelhante ao movimento observado no mercado, o que possibilitou à Caixa a aumentar a participação em fundos Referenciados DI, alcançando 7% de market share nesta categoria, um incremento de 0,19 pp (pontos percentuais) em relação a 2013.
Mesmo diante de um cenário de instabilidade e incertezas presente no mercado, sobretudo com relação à renda variável, um dos destaques na Caixa em 2014 foi o segmento Ações Livre, que, segundo a vice-presidência de gestão de ativos e terceiros do banco, registrou retornos positivos e consistentes. Categorias como a de Renda Fixa Índices e Ações (representadas pelos fundos Sustentabilidade/Governança e Dividendos) também apresentaram, na carteira do banco, importante evolução no market share em relação a 2013.
A aposta da Caixa para 2015 é um cenário favorável para investimentos de renda fixa com estratégia pós-fixada, como a dos fundos Referenciado DI e Renda Fixa com preponderância em ativos de Crédito Privado. E ainda para os ativos com estratégias atreladas ao comportamento do dólar americano. Na visão de Luiz Eduardo Portella, sócio-gestor do Modal Asset Management, durante 2014 os principais problemas foram o excesso de convicção de que haveria uma alta de juros nos EUA, o que puxaria um movimento forte de alta de dólar, já nos primeiros meses do ano.
"O dólar acabou não se posicionando muito fortemente no início do ano, o que dificultou as estratégias. A China ficou mais fraca do que se esperava, e a Europa surpreendeu muito em um movimento de baixa. Isso trouxe uma especulação global", detalha Portella. Entre os produtos que ganharam fôlego com relação a 2013, um ano considerado difícil pela maioria dos gestores, estão as captações bancárias alternativas.
De acordo com dados divulgados em novembro pela Cetip, classificada como maior depositária de títulos privados de renda fixa da América Latina e maior câmara de ativos privados do país, as Letras Financeiras (LF), Letras de CréditoImobiliário (LCI), Letras de Crédito do Agronegócio (LCA) e os Depósitos a Prazo com Garantia Especial (DPGE) somaram R$ 546,9 bilhões no estoque. De acordo com os números registrados na Cetip, esses resultados significam que o montante é 24% superior ao apurado no mesmo período do ano anterior. Além de ter superado o estoque de Certificados de Depósito Bancário (CDB), que alcançou R$ 529,4 bilhões, o que corresponde a uma redução de 10% em relação a novembro de 2013.
Fonte: www.aserc.org.br