Publicado por Redação em Previdência Corporate - 28/01/2014
Para chegar mais tranquilo na aposentadoria, economize desde já
Num momento em que as aposentadorias estão cada vez mais achatadas, o governo luta para retardar ao máximo o benefício e que o rombo da Previdência só faz aumentar (o déficit foi de R$ 49,9 bilhões no ano passado), é preciso muito planejamento financeiro para ter uma aposentadoria tranquila, ainda mais se você for da iniciativa privada. No Dia Nacional do Aposentado, A GAZETA preparou essa matéria especial para quem quer chegar bem lá.
O primeiro passo rumo à tranquilidade é economizar. Não adianta nada ter um bom planejamento e um salário alto se no final do mês a conta não estiver no azul. “No final do mês tem de dar positivo, não tem outro jeito, até porque o brasileiro está vivendo mais e precisa economizar quatro vezes mais que o americano para ter uma aposentadoria tranquila”, assinala o especialista em finanças pessoais Augusto Saboya.
É o que faz a economista Daniela Cade, 25 anos. Ela, que tem previdência privada desde os 20, economiza um quarto do salário de olho lá frente. “A maior parte vai para a previdência privada, mas também tenho dinheiro em títulos públicos e num fundo de ações. Meu foco, meu planejamento, é no longo prazo”.
Daniela está certa, além de economizar, é preciso planejar. Ele passa por enxergar com antecedência os gastos que estão por vir, controlá-los, e prever como caminhará sua renda.
“Seus gastos vão subir com o passar do tempo. Além de ficar mais exigente, desejar um carro melhor por exemplo, há os filhos, que sempre exigem muito de nossas finanças. Ao mesmo tempo que isso vai acontecendo, tudo aquilo que você plantou na juventude, com muito estudo, vai frutificando, ou seja, você vai melhorando no trabalho e sua renda vai junto. Todos esses movimentos precisam ser muito bem planejados para que a conta fique sempre no azul”, orienta Saboya.
Exatamente para ajudar neste controle que é importante manter um padrão de vida, mesmo que sua renda suba muito, até porque, quando a aposentadoria chegar, principalmente no caso de quem depende do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), o salário tende a cair muito, e o aposentado terá de viver do benefício e dos rendimentos do que acumulou durante a vida toda. Se o padrão de vida for muito alto, haja rentabilidade, já que não dá para contar muito com o INSS.
Investimentos
Outra questão muito importante em todo este processo é onde colocar o dinheiro poupado. “Quando o objetivo é o longo prazo, poupança nunca é a melhor opção, apesar da facilidade e da isenção do Imposto de Renda”, assinala o diretor de Gestão de Recursos de Terceiros do Banestes, José Márcio de Barros.
“Há alternativas também muito seguras, mas com uma rentabilidade maior, caso dos títulos do Tesouro Nacional. Além disso, temos as Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e Letras de Crédito Agrícola, com juros melhores e com a proteção do FGC (Fundo Garantidor de Crédito) nos investimentos de até R$ 250 mil. Ou seja, a segurança é absoluta”.
Sobre investimentos em ações, o executivo diz ser uma boa, mas que aversão ao risco e idade devem ser levados em consideração. “Para o longo prazo, Bolsa sempre é uma boa opção”.
Romero Leite, economista da Valor Investimentos, aponta a previdência privada como a melhor opção para os indisciplinados. “O brasileiro é reconhecido pela sua indisciplina financeira. Para os que têm dificuldade de poupar, a melhor opção é a previdência privada, já que o desconto é direto na conta. Só é preciso ficar de olho nas taxas de carregamento e administração”, alerta.
Seis passos para um futuro tranquilo
1 - O início
Não existe idade certa para começar a investir. É inegável, todavia, que quanto mais cedo se inicia, maior a chance de alcançar o montante de recursos para se ter
uma aposentadoria tranquila. Planeje-se para poupar por pelo menos 20 ou 25 anos para ter resultados satisfatórios.
2 - Quanto
Na média, os especialistas orientam uma poupança mensal que fique entre 10% e 15% de sua remuneração. Quanto maior for percentual, melhor.
3 - Idade
Quanto mais novo o investidor for, maior deve ser a participação da renda variável (ações) no patrimônio. Com 30 anos, por exemplo, 40% do dinheiro pode estar na Bolsa. Com o passar do tempo, essa proporção vai sendo alterada, aumentando o peso da renda fixa e reduzindo o da renda variável. Entre 50 e 65 anos, a recomendação é para, no máximo, 15% do capital estar na Bolsa. Títulos públicos federais (Tesouro Direto) são boas opções para quem busca risco baixo. Fundos multimercado de instituições sólidas são boas opções para o risco moderado. Fundos imobiliários e ações são para os que gostam de arriscar um pouco mais.
4 - Previdência privada
O primeiro passo na hora de escolher é saber se a instituição que administrará seu dinheiro da aposentadoria é sólida. O segundo é analisar qual é o plano mais adequado ao seu perfil. O PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre) é mais indicado para as pessoas que fazem a declaração completa do IR. O VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre) é melhor para quem opta pela declaração simplificada. As taxas de administração e carregamento também devem ser muito bem avaliadas e pesquisadas. O perfil também deve ser muito bem avaliado, há fundos com 100% de renda fixa e outros com até 49% em ações.
5 - Orçamento
Fique de olho no orçamento, faça as contas e reserve uma parte para eventuais emergências e planos, e outra para a aposentadoria. Um erro muito comum é a pessoa começar a reservar dinheiro para esta fase da vida e utilizá-lo para outros fins.
6 - Padrão
Essa dica é direcionada aos que ganham altos salários. Siga um padrão de vida, lembre-se que, mesmo tomando todos os cuidados, sua renda certamente cairá quando se aposentar. Se você se acostumar com algo muito fora do padrão, vai ser complicado mantê-lo. Hoje, o teto do INSS é de R$ 4.396, mas muitos que contribuíram para isso não recebem este valor.
Fonte: http://gazetaonline.globo.com