Publicado por Redação em Notícias Gerais - 31/08/2012
País tem instrumentos
A atuação do Banco Central (BC) diante da crise internacional reduziu os riscos de deterioração do cenário doméstico, defendeu nesta sexta-feira Luiz Awazu Pereira, diretor de assuntos internacionais e gestão de riscos corporativos da instituição. Segundo ele, o país conta com instrumentos e instituições "amplamente testados" em situação de crise.
"Não foi por sorte e muito menos por aposta que o Banco Central há exatamente um ano, usando seu julgamento e a sua autonomia operacional, foi capaz de recalibrar tempestivamente sua política de juros para uma deterioração previsível das condições macro-financeiras globais e implementar com sucesso um ciclo de afrouxamento das nossas condições monetárias", afirmou durante o 22o Congresso Apimec.
Essa atuação, acrescentou o diretor, reduziu os riscos de uma deterioração. "A nossa recuperação foi incentivada e está em curso, num contexto complicado mas bem mapeado, impulsionada por uma forte dinâmica da demanda interna, sustentada por emprego, renda e maior inclusão social, impulsionada pelo efeito cumulativo da redução de juros e spreads e reforçada por políticas de oferta de infraestrutura que vão aumentar nossa produtividade."
Para ele, o Brasil está atravessando "bem" este momento, mas sofreu com o excesso de volatilidade, que ainda permanece. O diretor também citou que houve "excesso de exuberância" e "pessimismo" durante esse período.
"Esse período de crise global foi e permanece complexo, com muita volatilidade: e naturalmente, houve excesso de exuberância, assim como de pessimismo em relação ao Brasil."
Segundo ele, a exuberância levou a um crescimento excessivo de certos segmentos do crédito, alimentado em parte por fluxos de capital que poderiam impactar a estabilidade do sistema financeiro. "Isso foi solucionado rapidamente com incentivos, limites regulatórios e regras prudenciais."
Com relação ao pessimismo, este "foi alimentado pelas incertezas ainda presentes no quadro externo que tendem naturalmente a reforçá-lo e influenciar a velocidade da nossa recuperação".
"Chegou-se a falar de esgotamento do nosso modelo e questionar a capacidade do nosso crescimento limitado por excesso de endividamento das famílias."
Fonte: Uol