Publicado por Redação em Previdência Corporate - 29/07/2013

Pais dependentes dos filhos têm direito a pensão por morte

Depois de muitos anos da morte, em 1993, do seu filho a aposentada Maria de Fátima César conseguiu a pensão por morte junto ao INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). Após três negativas nas agências do órgão, a andreense conquistou o direito por meio da Justiça. “Nada compensa a perda de um filho. Mas fui atrás de um advogado e o benefício saiu em 2010”, contou a pensionista.
 
Maria está entre vários outros pensionistas que perderam entes queridos. E se enquadra em um dos três grupos de parentes que podem se beneficiar. Muita gente acaba não entendendo esse conceito, mas um dos papéis do órgão é assegurar o bem-estar financeiro dos dependentes de um ex-segurado que morreu. O mais importante é saber que terão direito a esse dinheiro aqueles cujo ente que partiu contribuía até o mês da fatalidade.
 
O advogado previdenciário Thiago Luchin, do escritório de Santo André Aith Badari e Luchin Sociedade de Advogados, explica que são raros os casos em que o INSS nega a pensão por morte. “A menos em casos de que os pais tenham que comprovar que eram totalmente dependentes dos filhos”, argumentou. No momento que as pessoas morrem, o próprio cartório já comunica à Previdência, então basta buscar o requerimento, destacou o especialista.
 
Ele lembrou um caso que passou em suas mãos em que uma senhora com idade avançada recebia pensão por morte do marido. “Ela dependia totalmente de sua filha, que veio a falecer. Nós conseguimos, muito rápido, direto com o INSS a concessão da pensão pela filha. Hoje, ela recebe os dois benefícios”, explicou Luchin.
 
Para se ter noção de quanta gente no País conta com esse tipo de recurso, segundo o Ministério da Previdência, apenas em maio foram liberadas 35.095 concessões. 
 
Ou seja, mais de 30 mil famílias passaram a contar com ajuda financeira do governo federal por terem perdido seus familiares queridos. Em média, cada pensão era de R$ 1.027 por mês. No Grande ABC, foram 451 concessões.
 
Somados a aqueles que já recebiam o benefício, formaram grupo de 7.050.245 pensões por morte que foram pagas em maio, no valor de R$ 5,78 bilhões.
 
MAIO
 
O número de benefícios concedidos em maio, último dado, foi 5,08% menor do que em abril. No total, a Previdência liberou, no quinto mês deste ano R$ 36,04 milhões em pensões por morte, valor também mais enxuto, da ordem de 5,88%, do que no quarto mês deste ano.
 
A área urbana, como é determinado o grupo de segurados que não exercem funções rurais e moram nas zonas urbanizadas das cidades, foi responsável por mais R$ 27,82 milhões. Em média, cada benefício para estas pessoas era de R$ 1.208,96.
 
No Grande ABC, por exemplo, no quinto mês foram concedidas 451 pensões por morte. O maior número, por ordem decrescente, foi registrado pelas agências da Previdência Social de São Bernardo (144), Santo André (111), Diadema (66), Mauá (54), São Caetano (50) e Ribeirão Pires (26), que também atende os segurados de Rio Grande da Serra.
 
COMO FUNCIONA 
 
Antes de mais nada, é preciso entender a premissa básica da pensão por morte. Ela será concedida apenas para os dependentes do contribuinte falecido. Isso significa que essas pessoas contavam com a renda dele para sobreviverem. E para definir essa qualidade, o INSS determina três grupos de parentes.
 
O primeiro é dos cônjuges, companheiro ou companheira, filho não emancipado com até 21 anos, ou filho invalido. Para este último, não há limite de idade. O segundo grupo é o dos pais do falecido.
 
A andreense se encaixa neste perfil. E hoje diz que o governo recompensa uma promessa do seu filho perdido. “Ele me prometia um apartamento. E com o dinheiro (retroativo), consegui dar entrada. É o sonho do meu filho sendo realizado. Como a pensão é por tempo indeterminado, vai me ajudar muito financeiramente”, desabafou Maria. 
 
O terceiro grupo de parentes é formado pelos irmãos não emancipados com até 21 anos ou inválidos de qualquer idade.
 
REGRAS
 
Se enquadrando nestas características, é interessante buscar uma agência do INSS para saber se haverá benefício disponível. Porém, segundo as regras da Previdência, a pensão por morte é para um dependente de um grupo. Os demais deverão comprovar que precisavam economicamente do segurado que veio a óbito para que, a partir daí, a concessão seja dividida entre os dependentes autorizados.
 
Confirmados os requisitos para ter acesso ao crédito, o interessado deverá preencher o requerimento, disponível no site da Previdência (http://www010.dataprev.gov.br/cws/contexto/pesmor/index.html) e providenciar cópia autenticada do atestado de óbito e mais alguns documentos complementares. (veja arte abaixo)
 
FIM DO BENEFÍCIO
 
Vale destacar ainda que existem alguns limites para o recebimento da pensão por morte do INSS. O principal, já que o benefício é intransferível, é a morte do pensionista. Outro é a emancipação do irmão, ainda que inválido, ou dos filhos, também se completarem 21 anos, desconsiderando os portadores de invalidez, que receberão por tempo indeterminado. Graduação em Ensino Superior não é considerada emancipação.
 
Porém, homens e mulheres que ficaram viúvos e recebem a pensão pelos seus parceiros não precisam se preocupar. 
 
O INSS garante a manutenção do benefício mesmo para aqueles que contraiam novo matrimônio. E, se o destino for mais cruel, com a morte do segundo companheiro, o viúvo poderá escolher a pensão que tiver maior valor.  
 
Fonte: Diário do Grande ABC

Posts relacionados

Previdência Corporate, por Redação

Fundos de Previdência perdem valor e custos bancários ficam em evidência

Quando os extratos dos planos de aposentadoria começaram a chegar, qual não foi o susto dos investidores ao ver que seu patrimônio estava se reduzindo em relação ao ano anterior.

Previdência Corporate, por Redação

Novo modelo de Previdência do Estado em 2014

Até amanhã, um projeto de lei com o novo regime de previdência complementar será enviado à Assembleia  

Previdência Corporate, por Redação

Aposentadoria: quem começa a se preocupar antes, precisa se esforçar menos

A aposentadoria. Apesar de esse dia estar bem longo para muitos, ele preocupa desde os mais velhos até os profissionais em início de carreira.

Deixe seu Comentário:

=