Publicado por Redação em Notícias Gerais - 18/03/2020
Operação anti-coronavírus nas empresas
Nunca o termo home office foi tão pronunciado e mais, cogitado, nas reuniões entre líderes e diretores de RH como nesses tempos de coronavírus. Mais ainda quando o Brasil identificou os primeiros casos de contaminação comunitária.
O momento é crucial para tomadas de decisões e medidas emergenciais pelo governo federal em conjunto com o Ministério da Saúde e os governos estaduais. Não é diferente com o mundo corporativo.
As empresas estão correndo contra o tempo. Traçam estratégias desde as mais simples, como propagar os hábitos rígidos de higiene das mãos, até investimento em sistemas de redundância, mobilização de equipes de especialistas, aquisição de itens de proteção e comunicação eficiente.
De acordo com o Top Employers Institute, a Signify (ex- Philips Lighting), o colaborador que, antes podia trabalhar em esquema de home office uma vez por semana, agora passa para duas vezes, com o aumento da proliferação do coronavirus no Brasil. A medida, que visa diminuir o fluxo de pessoas no escritório, foi estendida também aos estagiários.
Nessa luta contra a doença, valem todas as armas que estiverem ao alcance dos gestores. Na sede da Roche, por exemplo, os visitantes são orientados a passar no ambulatório antes das reuniões agendadas. Na Radix, multinacional de engenharia, colaboradores com mais de 60 anos e grávidas ficarão de quarentena. E a vacinação contra a gripe, oferecida pela empresa, será antecipada.
A chave continua sendo Prevenção. Algumas organizações saíram na frente e já tem seus planos em andamento. Acompanhe alguns exemplos inspiradores.
Grupo Stefanini aposta em cartilhas de orientação
O Grupo Stefanini tem acompanhado, com atenção, a questão do
coronavírus (Covid-19). “O tema traz dúvidas, preocupações e até
mesmo insegurança por ser novo e desconhecido”, pondera Rodrigo Pádua, vice-presidente Global de Gente e Cultura da Stefanini.
Nas últimas semanas, o Grupo tem enviado comunicados a seus colaboradores informando sobre procedimentos e prevenções, seguindo as recomendações das autoridades a serem adotadas e orientações gerais.
Os gestores de RH também têm orientado suas equipes a fim de
manter um ambiente de trabalho seguro e tranquilo.
“Distribuímos uma cartilha para todos os gestores de como proceder em diferentes situações (colaboradores, clientes, mídia etc.) e outra, com orientações para todos os colaboradores”, conta.
Conforme o VP, o Grupo tem reforçado o contato com clientes, com objetivo
de criarem planos de contingência em conjunto.
“Nosso foco é o de manter a serenidade e reforçar a total
conscientização na higienização”, reforça Pádua.
EDP cria comitê de gestão de crise
A empresa de energia elétrica, com atuação em São Paulo e no Espírito Santo, criou em fevereiro – portanto, antes de termos o primeiro caso da doença confirmado – um comitê de gestão de crise com o objetivo único de evitar a contaminação dos funcionários, caso a epidemia chegasse ao país.
“Uma possível disseminação do coronavírus seria um grande teste de gestão de crise para as empresas que atuam no Brasil. Por isso, a EDP se antecipou e está preparada para que os efeitos dessa crise afetem o mínimo possível nossa operação e nossos colaboradores”, conta Vanderlei Ferreira, diretor de Gestão de Risco da EDP no Brasil.
Limpeza minuciosa
Todos os dispositivos tocados pelas mãos, especialmente os de uso coletivo, são alvo de atenção e limpos e desinfetados sistematicamente com produtos à base de álcool. Não passam em branco botões de elevador e trincos, maçanetas, corrimões, telefones até equipamentos de call center e informática. Internamente ou nos veículos da frota da empresa.
Estoque garantido
Com vistas para um futuro incerto, o comitê apostou na compra de lotes de álcool gel. Caso, o país entre em estado de epidemia, 5 mil máscaras serão distribuídas aos quase 3.000 colaboradores . Só esse item, segundo Ferreira, representou um investimento de cerca de R$ 200 mil.
Comunicação intensificada
Para conscientizar os colaboradores sobre a importância dos cuidados de higiene, circulam newsletters, textos na intranet e nos murais digitais dos escritórios da companhia.
Alterdata adota home office para casos específicos
A Alterdata Software, maior empresa de TI do Rio de Janeiro e quinta maior do país, alterou parte das rotinas internas para prevenir o contágio pelo Coronavírus.
Funcionários que saíram de férias no exterior
“Decidimos que, além dos destinos de maior índice de contaminação pelo vírus, o esquema de home office será utilizado por todos que se ausentaram do país em seu período de gozo de férias. São 14 dias, como recomendado pelas autoridades médicas, em que esse colaborador produz de casa e evita o contato com o local de trabalho”, explica a diretora Operacional da Alterdata, Renata Soares.
Gestantes e pessoas com fragilidade
O RH da Aterdata fez um mapeamento das mulheres grávidas para também receberem a orientação do home office. Segundo Renata, mesmo sem a confirmação ou relação de fragilidade para esse público quanto ao Coronavírus, é necessária essa contingência.
Funcionários com condições médicas que aumentam o risco de complicações da Covid-19 também estão merecendo atenção especial — pessoas com diabetes e doenças pulmonares ou cardíacas — e têm sido monitoradas pela empresa.
Dispensadores de álcool gel em locais estratégicos
Estão instalados em diversos pontos, e por todos os andares — perto dos elevadores, nas catracas de biometria, nos espaços de trabalho mais habitados.
“Agora é o momento para se preparar contra a Covid-19. Estamos no momento de nos resguardar para, caso haja necessidade de medidas extremas, tenhamos condições de minorar os efeitos negativos. Simples precauções podem fazer uma grande diferença”, afirma a diretora.
Fonte: Revista Melhor