Publicado por Redação em Previdência Corporate - 20/06/2014
Olhar os planos de previdência para outros fins de investimento pode ser grande erro
O mercado de previdência privada ainda é muito concentrado no Brasil e, por isso, pode ser considerado pequeno diante do seu potencial. Isso fica claro na arrecadação da indústria, de acordo com a distribuição geográfica por Estado levantada pela Federação Nacional de Previdência Privada e Via (FenaPrevi). A pesquisa mostra que 47% dos recursos vêm de São Paulo, seguido de 12% do Rio de Janeiro, 7,6% de Minas Gerais, 6% do Paraná e 5,2% do Rio Grande do Sul. No entanto, a expansão da indústria é crescente. Conforme os dados mais recentes da FenaPrevi, em 2012 a arrecadação dos planos de previdência privada foi de R$ 70 bilhões, apresentando um crescimento de 26% em relação ao ano anterior, quando arrecadou R$ 52 bilhões.
Essa trajetória segue a de outros tipos de investimentos, e também retrata um cenário de incremento e distribuição de renda, resultando no ingresso de mais pessoas em classes de renda mais altas, como a C, assim como no aumento no número de pessoas consideradas ricas e de um mercado de artigos de luxo, ou na presença massiva de mulheres no mercado de trabalho.
Diante disso, planos de previdência privada, muitas vezes, são colocados lado a lado a outros produtos do mercado financeiro, competindo com fundos ou opções bancárias. Mas segundo os especialistas entrevistados, esse é um erro crucial. Para o Diretor Geral da Porto Seguro, Marcelo Picanço, os planos de previdência privada devem ser olhados unicamente como uma opção para o planejamento da aposentadoria, manutenção do padrão de vida ao longo dos anos, ou pelo menos, para objetivos de muito longo prazo.
O especialista em finanças pessoais e fundador do Academia do Dinheiro, Mauro Calil, defende essa mesma visão, mas alerta para o fato de os planos de previdência privada não serem a única forma de planejamento para a aposentadoria, já que o investidor pode optar por fazer a gestão dos seus investimentos com foco para a aposentadoria. “A indústria de planos de previdência vem crescendo no vácuo deixado pelo Governo, como necessária complementação da previdência pública, e devido ao destaque dado ao fato de que é possível pagar menos Imposto de Renda”, explica.
A vantagem tributária dos planos de previdência fica evidente de acordo com a escolha mais adequada do tipo de plano – VGBL ou PGBL – segundo o perfil do contratante, e em situações de sucessão familiar. Em caso de falecimento antes da aposentadoria, os beneficiários declarados não pagam imposto de renda sobre os recursos herdados.
Marcelo Picanço, ressalta outra vantagem, como a possibilidade de equilibrar um plano de previdência com o investimento em diversos fundos. “Os planos multifundos já representam a totalidade dos novos planos da Porto Seguro, e a alocação de recursos e revisão, pode ser feita sempre que o investidor quiser. No entanto, sugerimos que essa nova avaliação seja feita em períodos não inferiores a dez anos”.
É nesse período de investimento superior a dez anos que outra vantagem tributária aparece nos planos de previdência, aponta Mauro Calil. “Se o investidor optar pela Tabela Regressiva de Imposto de Renda (IR), o imposto que incidiria sobre o rendimento do plano seria 10%, frente os 15% da taxa cobrada por um fundo de investimento.
No entanto, caso o investidor opte por uma alternativa aos planos de previdência para planejar sua aposentadoria, há formas variadas de fazer isso, e aplicações interessantes, como aponta Calil. “Sob o ponto de vista da segurança dos investimentos, LCIs ou CDBs seriam opções, ou fundos de investimento, no qual o investidor também terceiriza a gestão do seu portfolio como no caso da previdência”. A vantagem das aplicações de renda fixa citadas pelo especialista da Academia do Dinheiro, como os LCIs e CDBs, é que há mais liquidez, não há taxa de carregamento, no caso dos planos de previdência, ou taxa de administração, como nos fundos de investimento.
Picanço, da Porto Seguro, observa que para aqueles investidores com um montante patrimonial maior, a taxa de carregamento, que é cobrada somente na retirada dos recursos ou no momento da aposentadoria, pode ser até zerada. A faixa mais alta de investimento da empresa começa em R$ 500 mil por mês. Mas há planos voltados a pessoas de diversas rendas, e que possibilitam o investimento mensal a partir de R$ 200,00.
Fonte: http://acionista.com.br