Publicado por Redação em Mercado - 02/12/2020
OKRs: a metodologia de gestão preferida do Vale do Silício
Nos últimos anos, as empresas têm se dedicado, cada vez mais, a aperfeiçoar suas formas de gestão, buscando adaptar as práticas organizacionais às mudanças sociais e do mercado. Em um contexto de globalização e com o cenário extremamente competitivo, ter uma estratégia bem consolidada, com clareza de objetivos a conquistar e caminhos a seguir, é fundamental.
Muito além de contribuir com o crescimento sustentável das organizações, ajuda a trazer propósito para os colaboradores, que precisam se sentir parte do dia a dia das empresas. Um estudo realizado pela Leadership IQ revelou que apenas 15% dos colaboradores acreditam que suas atividades contribuem diretamente com os objetivos da companhia.
Considerando essa realidade, a metodologia de OKRs (Objectives and Key Results) vem ganhando cada vez mais espaço nas empresas dos mais variados portes e segmentos. O método conecta todos os colaboradores ao mais importante e estratégico para alcançar resultados e cumprir o propósito ou a missão da organização. Com os OKRs, os objetivos são definidos pelos níveis mais sêniores das organizações e, então, compartilhados com as equipes, que tem a possibilidade de também colaborar para sua definição, a partir de sua perspectiva do dia a dia.
Mudanças positivas para grandes benefícios
OKR é um framework de definição de metas criado pela Intel. Na década de 1970, o então presidente da empresa, Andy Grove, desenvolveu o processo de gerenciamento em resposta a duas perguntas: “Para onde quero ir?” e “Como vou saber que estou chegando lá?”. Essas questões fundamentais impulsionaram as pessoas a pensar como elas concentram seu tempo no trabalho. Sob a direção de Grove, a Intel aumentou as receitas de US$ 1,9 bilhão para US$ 26 bilhões, sucesso que, para ele, não teria sido possível sem os OKRs.
A estratégia de gestão foi tão bem vista que acabou adotada por diversas empresas do Vale do Silício, como Twitter, LinkedIn, Dropbox, GoPro e Google. Esta última implementou a metodologia quando ainda estava no início de sua jornada (1999), com cerca de 40 funcionários. Hoje é uma das maiores companhias do mundo, com 60 mil colaboradores. Outro exemplo de sucesso incontestável que, em grande parte, se deve à implementação do sistema.
Os OKRs são vitais para que cada profissional entenda o seu escopo de trabalho e saiba onde direcionar seus esforços e onde não gastar energia. Uma gestão objetiva de OKRs eleva a produtividade e pode reduzir o estresse no ambiente de trabalho. Ao atingir os resultados esperados, a autoestima das pessoas aumenta, diminuem os problemas relacionados à saúde e falta de motivação. Ou seja, todos ganham.
Transformação cultural
Os OKRs também ajudam a alavancar uma importante mudança cultural. Esforço e comprometimento da liderança são necessários para que a metodologia deixe de ser um projeto e realmente faça parte do DNA da empresa. Para tanto, cada organização deve levar em conta suas particularidades e cenário no momento de implementar a metodologia, já que ela precisa ser vivenciada e não apenas se transformar em mais uma série de regras em um pedaço de papel. Também não dá para garantir o sucesso apoiado em um modelo padrão. Cada organização encontrará a melhor forma de colocá-la em prática, pensando sempre no desenvolvimento e crescimento profissional dos colaboradores.
O OKR chegou para auxiliar a gestão de forma simples e ágil, sendo uma grande ferramenta de comunicação e alinhamento da empresa. Mas só falar que a companhia usa a metodologia por estar em voga não fará com que os resultados sejam gerados. Como todo método ágil, é preciso estar pronto para falhas, uma vez que são muitos os percalços no caminho. Com esforço e melhoria contínuas, as rotas são corrigidas rapidamente e os resultados começam a aparecer.
Por Souzanne Dupont – Chief People Officer na GhFly Network, holding que conta com as empresas GhFly e Adyante, ambas são especializadas em marketing digital.
Fonte: Mundo RH