Publicado por Redação em Carreira - 30/09/2021

O que um líder precisa ter, na visão de um diretor do Grupo Boticário



De 2019 para cá, Sérgio Búria, do Grupo Boticário, diz que presenciou uma revolução: ao assumir a direção de produtos digitais da casa, viu uma equipe que era de apenas uma pessoa se tornar um time com 110 profissionais.

Parece algo surreal, em apenas dois anos, mas ele e seus liderados compõem hoje um setor com 15 equipes em que todos têm como objetivo principal trazer a cultura de tecnologia e produtos para grupo.

"Em uma empresa grande como O Boticário, temos times e estruturas mais robustas para esse suporte e apoio para aprendizados mais rápidos", diz.

Sergio falou com o Na Prática sobre os desafios de tocar a área de tecnologia de uma empresa com mais de 12 mil colaboradores e presente em mais de 15 países.

Diferença entre empresas grandes e startups

Logo de cara, Sérgio explica que os desafios para profissionais de tecnologia mudam em empresas grandes, já consolidadas, quando se compara o mesmo trabalho em organizações iniciantes, como as startups, por exemplo.

"Especificamente para papéis de desenvolvedores, acredito que a principal diferença para quem atua em uma startup é que, normalmente, por estar em um ambiente com menos pessoas, você acaba tendo que se desenvolver em diferentes áreas de tecnologia e ter um perfil mais generalista", diz.

Segundo o diretor, outro ponto importante que diferencia o trabalho com tecnologia nessas empresas é que, nas startups, o ritmo de experimentação é maior, enquanto nas grandes corporações o processo acontece com base em produtos mais estáveis e que têm maior penetração na vida das pessoas.

Principais áreas de crescimento na área de tecnologia

Sergio diz que algumas áreas oferecem oportunidades que podem se tornar trampolins para que os profissionais cresçam. São elas:

  • Product Designer (UX);
  • Arquiteto;
  • Analista de SI;
  • Analista de Infra;
  • Desenvolvedor (back, front e mobile);
  • Gestor de Produto;

Para essas e outras áreas, o diretor revela quais são as principais portas de entrada na empresa:

"Hoje, além do processo de contratação comum que temos no mercado, temos o programa de estágio Tech, Trainee Tech e temos também o programa Desenvolve, no qual, em parceria com algumas escolas de aprendizado em programação, formamos pessoas desenvolvedoras de software que gostariam de atuar em tech e que não tiveram oportunidades de fazer uma faculdade ou mesmo que queiram migrar de área."

Ele aponta quatro características essenciais para aqueles que desejam trabalhar com tecnologia em uma empresa como O Boticário:

1. Seja autodidata e corra atrás

"Muitas vezes não saberemos como fazer alguma atividade e, independentemente da senioridade, é importante que você não fique parado esperando que alguém te ensine algo. Sempre esteja se aprimorando e aprendendo."

2. Tenha espírito de dono e brilho no olho

"Já trabalhou com aquela pessoa que é superempolgada? Para quem não há tempo ruim e que vai para cima? Pois é, trabalhar com pessoas assim é extremamente prazeroso, alguém que vê um problema e, em vez de achar culpados ou esperar que alguém resolva, expõe o problema de maneira positiva para seu grupo e engaja as pessoas para resolvê-lo."

3. Nutra suas relações

"Para que possamos crescer como indivíduos e grupos (e empresa), é muito importante trabalhar de maneira colaborativa com as pessoas de diferentes times e áreas. Saiba criar bons relacionamentos e parcerias para crescermos juntos cada vez mais."

4. Não tenha medo de perguntar e errar

"A coisa mais comuns são pessoas que têm medo de se expor, de perguntar algo que pareça óbvio. E outro ponto é o medo de errar: falhas fazem parte do processo de aprendizagem de pessoas e times; saiba criar mecanismos para que as falhas sejam sempre pequenas, fáceis de reverter e que gerem aprendizados."

Como um jovem profissional vira um líder de tecnologia?

Por fim, Sergio diz que algumas das habilidades mais valiosas de um líder é inspirar a equipe. Para ele, é preciso não ter medo de pôr a mão na massa e ter empatia com o time.

"É preciso ser uma pessoa que se preocupa genuinamente com o bem-estar das pessoas ao seu redor, sendo uma pessoa que saiba ouvir o próximo, sendo educado, ao mesmo tempo em que saiba ter conversas difíceis, que consiga engajar seu time e outros times com um espírito de dono, que dê feedbacks constantes, sejam eles bons ou nem tanto, para as pessoas próximas e que esteja sempre se aprimorando e se reinventando."

*O texto "O que um líder precisa ser e ter, na visão de um diretor do Grupo Boticário" foi publicado originalmente no portal Na Prática, da Fundação Estudar.


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