Publicado por Redação em Previdência Corporate - 25/09/2015
Nova pesquisa do grupo Aegon mostra os desafios da aposentadoria para quem é “do lar”
Mundialmente, 86% são mulheres, 65% afirmam que vão depender da renda do companheiro na aposentadoria e 69% são responsáveis financeiramente por pelo menos um filho.
A pesquisa em números:
· Pela primeira vez o estudo do grupo Aegon apresenta um recorte sobre quem é “do lar”.
· 1.600 trabalhadores do lar entrevistados em fevereiro de 2015. O estudo foi desenvolvido conjuntamente com o levantamento global sobre o cenário de preparo para a aposentadoria, feito com outras 16 mil pessoas, entre elas 14.400 trabalhadores ativos e 1.600 aposentados.
· 15 países pesquisados: Alemanha, Austrália, Brasil, Canadá, China, Espanha, Estados Unidos, França, Holanda, Hungria, Índia, Japão, Reino Unido, Turquia e Polônia.
Rio de Janeiro, setembro de 2015 – Levar os filhos para escola, ao médico, cuidar da alimentação da família, essas são algumas das tantas atividades realizadas por homens e mulheres em todo o mundo. Contribuições tão grandiosas para a sociedade quanto àquelas desempenhadas por pessoas com uma jornada de trabalho tradicional em uma empresa. A grande diferença é o grau de acesso a um planejamento financeiro eficiente para a aposentadoria.
Para traçar o perfil dos trabalhadores do lar, os riscos sociais aos quais estão mais vulneráveis e as suas perspectivas sobre a aposentadoria, o grupo Aegon, parceiro global da Mongeral Aegon no Brasil, divulga um novo estudo: Homemakers Are Not Off the Hook: How Should They Be Planning for Retirement? (Trabalhadores do Lar não estão livres do problema: Como eles deveriam estar se preparando para a aposentadoria). A pesquisa mostra que, globalmente, menos da metade (48%) deles não estão confiantes na sua capacidade de ter um estilo de vida confortável na longevidade. 65% afirmam, também, que vão precisar contar com a renda do seu cônjuge ou companheiro/a na aposentadoria.
O estudo conclui que os trabalhadores do lar estão em uma situação bem mais frágil em relação ao conforto financeiro, se comparados aos que estão no mercado de trabalho tradicional e pessoas que já se aposentaram. Isso é fruto de riscos sociais específicos aos quais estão mais expostos, como o grande nível dependência financeira do cônjuge, atingindo especialmente as mulheres.
· Independência financeira: a renda dos trabalhadores do lar representa, em média, 17% do valor total da renda familiar, levando à uma grande dependência financeira do cônjuge.
· Falta adequada de planejamento financeiro: mais da metade dos trabalhadores do lar afirmam não ter uma estratégia de longo prazo e menos de um-quarto tem um “plano B” que assegure seu sustento, caso algum evento inesperado aconteça.
· Acesso ao mercado de trabalho: por estarem fora do mercado de trabalho tradicional, a chance de ter acesso a planos de previdência e acumulação de recursos a longo prazo é menor.
· Responsabilidade com familiares: a maioria dos trabalhadores do lar entrevistados, 69%, tem um ou mais filhos dependentes financeiramente.
· O risco de longevidade: 86% dos trabalhadores do lar são mulheres que, estatisticamente, tendem a viver mais que os homens.
Para Leandro Palmeira, superintendente da Mongeral Aegon e membro do núcleo da equipe de pesquisa no Brasil, os trabalhadores do lar, sejam homens ou mulheres, precisam ter um planejamento como qualquer outro grupo. “É equivocado achar que apenas as pessoas que atuam no mercado de trabalho tradicional precisam se planejar para a longevidade. Todos precisam ter um plano, especialmente as mulheres, que são maioria no estudo e que estão expostas a riscos, como a perda prematura de um cônjuge ou parceiro. Situações estas que podem ser devastadoras, tanto emocionalmente como financeiramente".
Retrato dos trabalhadores do lar
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Brasil
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Mundo
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Casados, morando junto ou com união estável
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74%
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88%
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Solteiro(a)
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15%
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6%
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Mãe/Pai de uma ou mais crianças dependentes financeiramente
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63%
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69%
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Idade
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17% têm entre 18-24 anos
21% têm entre 25-34 anos
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8% têm entre 18-24 anos
29% têm entre 25-34 anos
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Plano formal de aposentadoria
Os trabalhadores do lar indicaram no estudo quais alternativas representam sua estratégia de planejamento para a aposentadoria. A maioria deles, 51%, não tem qualquer plano e apenas 11% do total da pesquisa possui uma estratégia formal, que pode ser uma contribuição para a previdência pública, privada ou poupança, dependendo do país. O Brasil segue a mesma tendência global, com 55% que afirmam não ter nenhum plano e apenas 11% que possuem um plano formal.
Confiança na capacidade de se aposentar com estilo de vida confortável
No Brasil, 59% dos trabalhadores do lar não estão confiantes de que terão um estilo de vida financeiramente confortável na aposentadoria, contra 12% que se dizem muito confiantes. Do total pesquisado nos 15 países, 48% não acreditam na capacidade de ter conforto em comparação com 42% dos trabalhadores. Um dos motivos para esta falta de confiança é que 46% deles não sabem se estão no caminho certo para atingir a renda necessária para a aposentadoria.
Quais palavras são mais associadas à aposentadoria?
Os trabalhadores do lar possuem sonhos semelhantes aos trabalhadores tradicionais e já aposentados em relação à aposentadoria, mas são menos otimistas. Globalmente, quando apresentados a uma série de palavras que podem ser associadas a esse período da vida, apenas 60% pensam em palavras positivas, como lazer, liberdade, alegria, contra 71% de trabalhadores do mercado tradicional e aposentados. As questões negativas são associadas à aposentadoria por 53% dos trabalhadores do lar, contra 49% dos trabalhadores e aposentados. No Brasil há um equilíbrio entre as expectativas: 53% associam esta fase a palavras positivas e 51% a negativas, como falta de saúde e cansaço.
Nível de preparo para a aposentadoria
De acordo com o Índice Aegon de Preparo para a Aposentadoria (ARRI), que atribui notas de 0 a 10 para medir os hábitos de poupança para esta fase da vida, o nível é baixo em todo o mundo. Do total dos 15 países analisados, a nota média atingida foi 4.97, o que caracteriza um baixo preparo. Apenas indianos alcançaram nota 7,13, considerada mediana de acordo com a metodologia. O Brasil ficou em 5º lugar no ranking, com nota 4,70, considerada como uma pontuação baixa. Dos entrevistados aqui, 74% tiveram notas entre 0 e 5.9 (baixo preparo), contra 15% com notas entre 6 e 7.9 (médio preparo) e apenas 11% com notas entre 8 e 10 (alto preparo).
Plano B para imprevistos
Os trabalhadores do lar estão preparados financeiramente para imprevistos? De acordo com o estudo a resposta é não. Embora a maioria deles considere a renda do cônjuge ou parceiro/a, alguns riscos estão fora de controle, como a perda do emprego do parceiro ou mesmo sua morte prematura. Mais da metade, 52% de todos os países avaliados, não têm um plano B para aposentadoria que considere situações fora do controle. Apenas 22% possuem uma segunda opção de planejamento financeiro que contemple situações inesperadas.
“Para os trabalhadores do lar é mais difícil ter recursos que possibilitem um planejamento, devido à natureza não remunerada das suas atividades. No entanto, não é algo impossível. Poupar é essencial, mesmo que seja um pouco, mensalmente, e desenvolver o hábito de pensar no longo prazo. Outro ponto importante é manter um diálogo aberto com os familiares para definir prioridades e as necessidades financeiras de cada membro da família, seja agora ou no futuro”, explica Leandro Palmeira.
Cinco maneiras de melhorar o preparo para aposentadoria dos trabalhadores do lar
O estudo aponta algumas medidas proativas que podem ser adotadas pelos trabalhadores do lar, governantes e empregadores para melhorar as perspectivas financeiras da categoria.
1. Trabalhadores do lar
Envolver-se pessoalmente em suas finanças, orçamento diário familiar, assim como no planejamento financeiro de longo prazo. Conversar abertamente com seu cônjuge ou parceiro/a para calcular as necessidades financeiras e pensar em ações de curto, médio e longo prazo para alcançar essas necessidades. Considerar neste planejamento situações inesperadas que possam gerar gastos ou interferir diretamente na renda familiar, como divórcio ou perda prematura do parceiro, construindo, desta forma, um plano B para tais eventos.
Considerar ter um trabalho que gere renda em regime de dedicação parcial para reduzir riscos futuros que comprometam a aposentadoria. Outro ponto positivo em ter um trabalho parcial é manter a prática e as habilidades, aumentando as chances de voltar ao mercado tradicional.
2. Empregadores
Adotar contratos de trabalho mais flexíveis que possibilitem manter os trabalhadores do lar no mercado, ao mesmo tempo em que desempenhem suas tarefas domésticas.
Ter um projeto estruturado de saúde e bem-estar que considere benefícios de aposentadoria, tanto para pessoas que trabalham por período integral, quanto parcial.
3. Governos
Incluir no planejamento previdenciário a criação de créditos, tanto para os trabalhadores do lar, quanto para pessoas que se dedicam exclusivamente aos cuidados de algum familiar e não possuem renda para contribuir para a seguridade social. A iniciativa funciona como reconhecimento pela contribuição dada à sociedade por meio de um trabalho não remunerado.
Oferecer incentivos fiscais para encorajar trabalhadores do lar a poupar para a aposentadoria por meio de planos individuais de acumulação de recursos de longo prazo.
Os relatórios e infográficos em inglês estão disponíveis em www.transamericacenter.org ou http://www.aegon.com/en/Home/Research/AskAegon/.
Sobre a Aegon – No mercado há mais de 170 anos, a Aegon tem crescido como uma companhia internacional, com presença em mais de 25 países na América, Europa e Ásia. Atualmente, é uma das maiores organizações financeiras, com atuação nos segmentos de Seguro de Vida, Fundo de Pensão e Gestão de Ativos. Na Holanda, é responsável por aproximadamente 25% das pensões e tem sob sua gestão o equivalente a R$ 1,5 trilhão. O propósito da companhia é ajudar as pessoas a assumir a responsabilidade por seu futuro financeiro, razão compartilhada pela Mongeral Aegon em sua atuação no Brasil.
Sobre a Mongeral Aegon – A companhia completou 180 anos em atuação constante este ano e, desde 2009, faz parte do Grupo Aegon. Está presente em todo o Brasil por meio de 60 unidades de negócios, 1.200 funcionários e 4 mil corretores parceiros, que atendem a mais de 1 milhão de clientes, para os quais a empresa assegura mais de R$ 150 bilhões. Nos últimos anos, a expansão dos negócios deu origem ao Grupo Mongeral Aegon, formado pela seguradora, pelo Mongeral Aegon Fundo de Pensão, pela Mongeral Aegon Investimentos e, ainda, pela Mongeral Aegon Administração de Benefícios, especializada em gestão previdenciária.
Fonte: Portal Segs
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