Publicado por Redação em Notícias Gerais - 12/08/2011
Negócios sociais já somam 140 empreendimentos no País, diz pesquisa
SÃO PAULO – Os negócios de caráter social já somam 140 empreendimentos inclusivos no País. Os dados são da Ande (Aspen Network of Development Entrepreneurs), Fundação Avina e a Potencia Ventures, que, juntas, avaliaram o potencial empreendedor brasileiro.
De acordo com o levantamento, dos 50 negócios com receita anual de até R$ 16 milhões, 64% são provenientes de microempresas e 10%, de pequenas empresas. Além disso, estima-se que 86% dos empreendedores avaliados contem com recursos próprios para financiar suas operações do dia a dia, enquanto apenas 10% utilizam empréstimos e 4% dependem de doações.
Na avaliação de perfil, a pesquisa também apontou que 78% dos avaliados já participaram de outros negócios, sendo 38% o número de profissionais que apresentam pós-graduação e 40% os que possuem curso superior completo.
Atividades em destaque
Tal recorte demonstra que 96% dos empreendimentos foram idealizados com a intenção de causar impacto social e 68% oferecem ao público de baixa renda acesso a produtos ou serviços.
Entre as atividades, as que mais se destacam são as de serviços, com 72% de representatividade, e as categorias de produção (28%), distribuição (26%), intermediário de atacadista/varejista (22%) e de processamento/embalagem (16%).
Análise por região
Quanto à abrangência das operações, a maioria dos empreendimentos sociais costuma acontecer fora do seu estado de origem (78%). Destas, cerca de 22% tem alcance internacional.
Em relação à concentração por região das atividades, as empresas que atuam em caráter regional possuem mais representatividade no Sudeste (9) e Nordeste (4). Nestas regiões, elas atingem setores como os de cultura, educação, habitação, meio ambiente, saúde, serviços financeiros/microcrédito, transporte/logística, turismo e serviços de alimentação.
Negócios por setor
Já na avaliação setorial, os serviços financeiros estão à frente do ranking, representando 62 empreendimentos. As atividades de artesanato, saúde/educação, cultura e moda/decoração aparecem na sequência, com 13, 14 e 10 negócios, respectivamente, seguidos pelos segmentos agricultura/alimentos e outros/moradia (9); tecnologia/energia e canais de distribuição (8).
Para o coordenador da Ande Polo Brasil, Rob Parkinson, os negócios sociais, além de serem rentáveis, têm um impacto social direto nas classes mais baixas, afinal, os produtos e serviços de qualidade colaboram para inserir o público na cadeia de valor. “O mapeamento identifica claramente boas oportunidades nas áreas de saúde, educação, moradia e tecnologia. Estes itens são essenciais para atender às necessidades, hoje deficientes, do público de base da pirâmide”, diz.
Impacto social
O estudo demonstra ainda que, nos grupos demográficos, os negócios costumam beneficiar 76% da população geral, 38% das mulheres, 30% das crianças e adolescentes e 16% dos deficientes. Já em relação aos grupos socioeconômicos, as pessoas mais beneficiadas por iniciativas empreendedoras costumam ser as com renda até meio salário mínimo (60%), de meio a dois salários mínimos (72%) e de dois a cinco salários mínimos (62%).
Neste ponto, o impacto social de maior relevância traz como consequência o aumento de renda e produtividade, com 36% de representatividade, e é seguido do acesso à educação, com 16% de importância.
A capacitação, desenvolvimento da comunidade, o acesso a serviços financeiros e a geração de empregos (com cada um respondendo por 8%) também costumam ser impactados pela atuação dos negócios sociais.
Fonte: web.infomoney.com.br