Publicado por Redação em Saúde Empresarial - 21/09/2016
Nações Unidas iniciam luta global contra superbactérias
Países-membros vão assinar declaração com intuito de evitar 700 mil mortes por ano
RIO — Os 193 países das Nações Unidas vão assinar nesta quarta-feira uma declaração conjunta para livrar o mundo das “superbactérias”, micro-organismos resistentes aos tratamentos existentes, informa a BBC. De acordo com especialistas, o compromisso internacional deve prevenir a morte de 700 mil pessoas por ano. Esta será a quarta declaração da ONU sobre questões de saúde, após o HIV em 2001, doenças crônicas em 2011 e ebola em 2013.
De acordo com especialistas, as superbactérias, que se desenvolvem por causa do uso em excesso de antibióticos em humanos e na produção agropecuária, são uma das maiores ameaças para a Humanidade. Cepas de bactérias resistentes aos mais potentes medicamentos existentes já foram identificados em diversos países, incluindo o Brasil. Estimativas apontam que, sem combate, esses micro-ogranismos podem matar 10 milhões de pessoas por ano a partir de 2050.
— É irônico que uma coisa tão pequena provoque tamanha ameaça pública — disse Jeffrey LeJeune, pesquisador da Universidade Estadual de Ohio, nos EUA, em entrevista ao “Guardian”. — Mas ela é uma ameaça global à saúde que precisa de uma resposta global.
Pela declaração, os signatários terão dois anos para apresentar um plano de ação. Os países também se comprometem a desenvolver sistemas de regulamentação e vigilância sobre o uso e venda de antibióticos para humanos e animais; encorajar pesquisas para o desenvolvimento de novos antibióticos e métodos de diagnóstico rápido; e educar profissionais de saúde e o público em geral em como prevenir infecções.
Os países signatários reunidos na Assembleia Geral da ONU, em Nova York, já se comprometeram a destinar fundo de US$ 790 milhões a pesquisas sobre resistência antimicrobiana.
— As infecções resistentes a medicamentos já estavam na agenda global, mas agora o verdadeiro trabalho começa — disse Dame Sally Davies, diretor médico do Reino Unido. — Nós precisamos que governos, indústria farmacêutica, profissionais de saúde e setor agropecuário respeitem seus compromissos para salvar a medicina moderna.
Fonte: Jornal O Globo