Publicado por Redação em Dental - 31/05/2011
Molares e incisivos: Os primeiros dentes permanentes
Os primeiros molares
Às vezes, os pais não percebem que, por volta dos seis anos de idade, nascem os molares permanentes do filho: isso por que esses dentes surgem lá no fundo da boca e, além do mais, nascem sem que caia nenhum outro dente. Assim, o nascimento dos primeiros molares permanentes passa um tanto despercebido aos olhares paternos.
Com os dentes da frente, a situação vai ser mais visível: primeiramente, caem os dentes de leite, depois nascem os permanentes. A família toda acompanha o nascimento de cada dente, havendo mesmo todo um ritual de ‘cai-e-nasce’.
Os primeiros molares permanentes são dentes básicos no funcionamento da engrenagem dentária, ou seja, na oclusão. O modo como os superiores fazem contato com os inferiores diz muito do relacionamento entre a maxila e a mandíbula e vai de certa forma sinalizar se a criança tem ou não tem maloclusão.
Os molares constituem-se em dentes grandes, potentes e ostentam, em sua superfície, muitas ranhuras e fissuras que precisam ser bem limpas e escovadas.
Por volta dos cinco ou seis anos, é fundamental a atenção dos pais, observando de perto o nascimento destes dentes. Os cuidados com a escovação, a partir dessa época, devem ser redobrados, uma vez que aumenta agora o número de dentes e, por força de sua localização na boca, freqüentemente não são atingidos pela escova.
O capuz gengival
A gengiva que fica sobre o dente, que está nascendo, desaparece lenta e gradativamente, chegando a demorar cerca de dois a três meses para desaparecer completamente. Ao irromper, o dente transpassa a gengiva, fazendo restar uma touca, um capuz de gengiva sobre ele.
Por esse motivo, é imprescindível a limpeza cuidadosa deste local, que é propício ao acúmulo de restos alimentares e bactérias, que se alojam sob o capuz de gengiva, que pode inflamar, infeccionar, num processo doloroso chamado pericoronarite.
As bactérias que se desenvolvem em lugares privados de oxigênio como esse, embaixo da gengiva, são chamadas bactérias anaeróbias.
Para limpar essa região deve-se usar escova de cerdas macias, com cabeça pequena, a fim de facilitar o alcance do fundo da boca, tudo fazendo para remover os resíduos e promover a passagem do ar através da escovação, aumentando o teor de oxigênio no local e criando ambiente inóspito às bactérias anaeróbias.
Nessa fase, em que o capuz gengival recobre o dente, recomenda-se completar a higiene com um bochecho vigoroso de solução preparada com uma porção de água filtrada e uma porção água oxigenada a 10%. Existe no mercado farmacêutico uma solução mentolada de peróxido de hidrogênio, que tem gosto mais agradável do que a simples diluição da água oxigenada.
Os incisivos
Os incisivos são os dentes da frente, que começam a surgir na mesma época em que nascem os primeiros molares permanentes: em torno dos seis anos de idade. Os de cima mais largos que os de baixo, nascem com as chamadas “serrinhas”, que com o uso vão se gastando e que correspondem `a região onde se inicia a calcificação do dente. Explicando: o dente começa a se formar, dentro do osso, iniciando pela coroa - parte visível do dente – exatamente na ponta (superfície de corte) e não pela raiz, como muitas pessoas acreditam. A raiz se forma depois: é o contrário de uma planta.
E, quase sempre, surge uma pergunta: ‘Por que o dente definitivo é tão amarelo? Os pais vêem os incisivos permanentes, comparam com os dentes de leite ao seu lado e acham que os novos têm cor amarelada. Ficam preocupados, pensando que os novos dentes não terão uma cor tão bonita. Mas a questão está justamente aí, na comparação: o adulto está comparando o dente definitivo, que é naturalmente mais amarelado, com o dente ao lado, que é de leite e mais branquinho. Por que isso acontece? Porque, durante sua formação o dente permanente fica mais tempo dentro do osso, em processo de calcificação, incorpora gradativamente mais minerais, ficando com maior teor de cálcio que o dente decíduo, que se formou em tempo muito menor. A coroa do dente permanente leva, em média, três anos para se formar e calcificar; já a coroa do dente decíduo consegue isto em torno de um ano.
Quando caem todos os dentes de leite, a dentição permanente se completa e a tonalidade dos dentes se harmoniza. Mas, observando- se bem, nota-se que, entre os dentes definitivos, alguns são um tanto quanto mais amarelados ou um pouco mais escuros que os demais: são os dois caninos superiores. A razão pode ser explicada pelo maior tempo que permanecem intra-ósseos, recebendo maior teor de calcificação. São, praticamente, os últimos dentes a nascer porque se formam na parte mais alta da face, na altura do nariz e seu caminho da erupção é o trajeto mais longo de todos os dentes, atravessando ainda uma região mais difícil, de maior consistência óssea.
Assim, em razão disso, os caninos permanentes são suavemente mais amarelados que os outros dentes. E como a natureza é sábia! Não fosse isso, e fossem eles iguais ou mais claros que os outros, por estarem localizados na esquina da arcada dentária - ou seja, entre o segmento anterior e posterior- se destacariam como dois holofotes, sobressaindo na arcada.
Não há mesmo como negar: a natureza é sábia, sensata e prudente.
Fonte: odontologika.uol.com.br | 31.05.11