Publicado por Redação em Carreira - 30/01/2020

Millennials brasileiros estão confiantes com o futuro



Apesar de o Brasil viver um momento complexo e desafiador, mais da metade dos 301 jovens nascidos entre janeiro de 1983 e dezembro de 1994, que participaram da pesquisa Millennials Survey 2019, da Deloitte, estão otimistas e confiantes de que haverá uma melhora neste cenário para o próximo ano. Eles também se mostram positivos quando o assunto é carreira. Ao todo, o relatório contou com a participação de 13.416 jovens Millennials.

“Em relação a melhoria da economia nos próximos meses, 56% estão muito confiantes e 51% confiam que a situação política e social do país vá melhorar. Quando olhamos para os dados globais, há uma disparidade e os números caem para 26% e 22%, respectivamente. A leitura que fazemos dessa diferença é justamente a maturidade de cada mercado. Os jovens brasileiros estão vivenciando um momento de nosso país pelo qual jovens de nações mais desenvolvidas já passaram. Por isso, essas visões tão diferentes. Há de se compreender o contexto de cada país”, explica Luiz Barosa, sócio da área de Consultoria em Capital Humano da Deloitte.

Outros números que comprovam esse otimismo é que 61% dos Millennials brasileiros concordam que existem muito menos barreiras para alcançar suas ambições profissionais e 70% acham viável conquistarem bons salários. Ainda dentro desse espectro, 84% acreditam que metas como abrir a própria empresa e comprar uma casa são totalmente tangíveis. No que diz respeito a sonhos, o relatório nacional destaca que 70% dos respondentes têm vontade de viajar e conhecer o mundo e 79% acreditam que poderão contribuir para causar impacto positivo à sociedade.

O relatório mostra, ainda, as principais preocupações dos jovens. Dos respondentes do Brasil, 37% se preocupam com segurança pessoal e o desemprego no país. Em terceiro lugar, 30% veem a desigualdade de renda como fator a se preocupar. No entanto, o quesito corrupção, que mais preocupava os brasileiros na pesquisa anterior, caiu para quarto lugar, com 25% das respostas.

Indústria 4.0

Muito se tem falado em Indústria 4.0 e ela estende-se muito além dos limites da tecnologia, que é tipicamente onde muitas explorações do fenômeno começam e terminam. Ela abarca todo o ecossistema de parceiros, fornecedores, clientes, força de trabalho e mudanças operacionais. Trata-se de uma transformação completa das empresas – sobre como lidam com a informação, alcançam a excelência operacional, contratam pessoas e influenciam a experiência do cliente. Ocorre que, para que esta mudança se torne realidade, precisamos de indivíduos que a liderem. E os jovens já passam a olhar e se inserir no mercado de trabalho dentro desta nova ordem.

Analisando a amostra nacional, 53% dos respondentes acreditam que a indústria 4.0 torna mais desafiadora a busca por empregos no futuro. No entanto, 90% daqueles que estão trabalhando e 72% dos que não estão trabalhando acreditam ter as habilidades necessárias para essa nova realidade.

Gig Economy

A gig economy, também conhecida como “economia freelancer”, é um ambiente que compreende tanto trabalhadores temporários e sem vínculos empregatícios quanto empresas que contratam esses trabalhadores para realizar tarefas pontuais.

O termo não é novo, mas se tornou tendência nos últimos anos. E dentro da pesquisa, a grande maioria dos respondentes brasileiros, 90% deles – mais especificamente – considerariam fazer parte desta economia que está nascendo. O dado global é bem próximo, de 84%. “Isso mostra como os jovens brasileiros, assim como aqueles que vivem em outros países possuem valores e percepções de carreira e futuro diferentes das gerações anteriores.

“Outro dado que comprova este cenário é que 49% dos participantes globais da pesquisa responderam que pretendem ficar na atual empresa em que trabalham até dois anos”, avalia Heloisa Montes, sócia da área de Consultoria Empresarial e líder da área de Estratégia e Operações da Deloitte.

Comportamento digital e bem-estar

O relatório traz também dados muito importantes sobre o comportamento na era digital e o bem-estar dessa geração. De acordo com os participantes, as mudanças nas tecnologias os afetaram mais e os dados mostram como o uso das redes sociais impactam no seu cotidiano. A mostra nacional relata que:

· 63% dizem que seriam fisicamente mais saudáveis se reduzissem o tempo gasto nas redes sociais;
· 65% dizem que seriam pessoas mais felizes se diminuíssem o tempo gasto nas mídias sociais;
· 53% dizem que, no geral, as redes sociais são mais prejudiciais do que fazem bem;
· 54% ficariam ansiosos se não pudessem checar as redes sociais ou não pudessem fazê-lo por um ou dois dias;
· 39% gostariam de parar de usar completamente as redes sociais.

“Vemos aqui uma relação ambígua destes jovens com a tecnologia. A maior porcentagem, em que apontam que seriam mais felizes se utilizassem menos as mídias sociais, comprova essa afirmação e acende um alerta da necessidade de se falar mais sobre isso e ajudá-los a encontrar um equilíbrio entre vida on e offline”, observa Heloisa.


Fonte: Revista Melhor


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