Publicado por Redação em Previdência Corporate - 27/11/2012
Mexer ou não mexer? Eis a questão
Com a queda nos juros, migrar para um plano mais agressivo é tentador. Porém, antes de tomar a decisão, é preciso fazer as contas
A queda na taxa básica de juro, a Selic, traz um grande desafio para quem investe em previdência privada. Se considerarmos o juro na casa dos 7,1% ao ano e descontarmos a inflação, teremos um juro real de 1,8% a 2%, ante 6% e 7% em 2011. Esse percentual remunera a aplicação do investidor.
Basta olhar os números para perceber que investir em previdência ficou menos atraente. Isso porque a maioria dos fundos de previdência está atrelada à renda fixa, que permite um lucro menor no longo prazo, se comparado ao investimento em ações. Com juro rendendo menos e a inflação na casa dos 5,5% — uma suposição baseada na atual projeção para o Índice de preços ao Consumidor amplo (IPCA) —, o dinheiro aplicado hoje valeria cerca de um terço daqui a dez anos.
"Para boa parte dos investidores, ainda não caiu a ficha de que as condições para o futuro mudaram", diz Gilberto Poso, superintendente de varejo do HSBC. "A queda dos juros reduz o ganho para o segurado e aumenta os desafios das administradoras de planos na busca por maior rentabilidade", explica Leonardo Lourenço, superintendente da Mongeral Aegon Seguros e Previdência. Mas a migração pode ser penalizada, em especial para o investidor que não tem benefício fiscal. Em uma análise simplista, a primeira alternativa seria trocar o plano de previdência menos agressivo por outro com maior exposição à renda variável e, no longo prazo, tentar aumentar o ganho. "Mas cada caso é um caso", diz Samy Dana, professor de finanças da Fundação Getulio Vargas de São Paulo. "A tendência é mudar de plano, mas há custos embutidos nisso que talvez não compensem", afirma. "Afinal, o juro no Brasil ainda é alto e, dependendo do planejamento do fundo, há chances de ganho com renda fixa", diz.
Vale a pena mudar?
Entre as desvantagens de mexer no plano de previdência está o fato de algumas administradoras cobrarem a taxa de migração — quando o investidor decide trocar o plano, de PGBL para VGBL, ou rever o percentual de exposição ao risco contratado.
Além disso, existem as taxas de administração, que podem chegar a 2% e corroer parte dos lucros. A mudança pode afetar ainda o tamanho da mordida do leão lá na frente. Ao fazer a troca, é possível que a receita federal entenda que você está começando um outro plano e reinicie a contagem do tempo da aplicação. Portanto, analise tudo com cuidado.
Fonte: vocesa.abril.com.br