Publicado por Redação em Notícias Gerais - 01/02/2013
Mercado de trabalho resiste a baixo crescimento da economia brasileira
Os números positivos sugerem que o mercado de trabalho, especialmente no setor de serviços, ainda resiste ao baixo crescimento da economia.
A locomotiva econômica brasileira perdeu força em 2012, mas, mesmo com o país crescendo pouco, as contratações com carteira assinada continuam aumentando, ainda que em um ritmo mais lento. O Brasil encerrou o ano com desemprego historicamente baixo, apesar da economia mais fraca. O que parece contraditório tem explicação, segundo André Loés, economista-chefe do Banco HSBC.
“O mercado de trabalho sempre leva mais tempo para se ajustar do que os demais mercados, ele tem uma série de rigidez, mas, neste momento, a questão de falta de mão-de-obra mais especializada no Brasil está fazendo com que essa dicotomia permaneça mais tempo do que o normal”, afirma Loés.
O que também explica o baixo desemprego é o fato de setores que demandam muita mão de obra, como comércio, serviços e construção civil, estarem sustentando a atividade econômica no país.
A indústria, o setor que tem o pior desempenho da economia, consegue funcionar com muitas máquinas, sem empregar tanta gente. Quando vai mal, o impacto no mercado de trabalho não é tão grande. O especialista em mercado de trabalho diz ainda que a demografia é mais uma razão para o emprego em alta com a economia desacelerando.
“A população brasileira cresce cada vez menos. Isso significa que, a cada ano, menos gente, menos jovens, chegam ao mercado de trabalho. O emprego cresce, mas tem menos gente para ocupar esses empregos. Por causa da demografia, mesmo que a gente tenha pouco crescimento econômico, a taxa de desemprego pode ficar baixa durante muito tempo”, diz Hélio Zylberstajn, professor de Economia do Trabalho da FEA-USP.
Fonte: g1.globo.com