Publicado por Redação em Saúde Empresarial - 19/05/2011
Menopausa só é precoce se ocorrer antes dos 40 anos, diz ginecologista
O ginecologista José Bento conversou com o G1 após o Bem Estar desta quarta-feira (18) para tirar mais dúvidas sobre menstruação e menopausa.
De acordo com o médico, a menopausa só é considerada precoce se o último ciclo ocorrer antes dos 40 anos. A maior causa disso é o cigarro, que pode desencadear a interrupção até um ano e meio antes do normal. Outro fator comum que provoca a menopausa é o tratamento da endometriose, que cauteriza os ovários e diminui a produção de estrogênio.
Em média, as brasileiras menstruam até os 47 anos, mas o ciclo pode se estender até os 53. A partir dessa idade, a menopausa é chamada de tardia e demanda acompanhamento médico para evitar câncer de mama, miomas e outras doenças.
Para calcular quando uma mulher entrará na menopausa, é recomendado saber em que momento a mãe dela passou por essa fase, ou uma irmã, tia ou prima. O fator genético é importante para determinar essa circunstância, destacou o ginecologista.
Há, ainda, uma maneira de saber quantos folículos uma mulher tem nos ovários, principalmente para ver se ela continua fértil. Identifica-se um hormônio, que quando existe em grande quantidade revela um número alto de folículos. Se essa taxa estiver baixa, pode significar que a menopausa virá dentro de um ou dois anos.
Uma das maiores causas de irregularidade na menstruação é a síndrome dos ovários policísticos, que aumenta as doses de testosterona e diminui as de progesterona. Essa inconstância também pode esconder um problema de tireoide.
Segundo José Bento, o normal é a mulher sangrar a cada 28 dias (dois a mais ou a menos ainda é normal), durante três a cinco dias. A quantidade total deve ficar em torno de 60 ml.
Mulheres que retiraram o útero podem sentir os efeitos da menopausa da mesma forma, pois não há alteração hormonal nessa cirurgia. O que pode acontecer nesse caso é uma menopausa um pouco antecipada.
José Bento é a favor da reposição hormonal para mulheres na menopausa, principalmente as que enfrentam isso muito cedo. O médico comparou que uma pessoa com diabetes recebe doses extras de insulina, e o mesmo deve ocorrer com a falta de estrogênio.
Mas primeiro é necessário saber se a paciente pode passar por esse processo e fazer exames detalhados do útero e das mamas. Além disso, os hormônios da reposição devem ser bioidênticos, ou seja, ter moléculas iguais às da juventude da mulher.
Por fim, o ginecologista afirmou que o melhor tratamento para a endometriose é a gravidez. O problema é que, dependendo do grau, a doença dificulta a gestação. E, após o parto, a endometriose pode voltar – e aí deve ser tratada com dispositivo intrauterino (DIU) ou ingestão de progesterona.
Fonte: g1.globo.com/bemestar | 19.05.11