Publicado por Redação em Saúde Empresarial - 19/05/2011
Memória da dor é importante para mudar de vida após um infarto
A "memória da dor", ou seja, lembrar de um evento negativo sofrido no passado, ajuda muitos pacientes a mudar de vida após um infarto. Mas, transcorrido um tempo, alguns voltam aos maus hábitos, esquecendo-se de que podem sofrer um novo acidente cardíaco em menos de 5 anos.
Recuperação cardíaca foi o tema do Bem Estar desta terça-feira (17), que contou com a presença dos cardiologistas Roberto Kalil e Nabil Ghorayeb. Cerca de 8% das vítimas de infarto no Brasil morrem, e 30% não resistem a uma segunda ocorrência.
O repórter Renato Biazzi foi conhecer a história do fiscal de obras Munetsugu Kayo, que sofreu um infarto há três anos, mas parece que não se lembra mais disso. No início, ele até fez caminhadas e controlou a alimentação, só que com o tempo abandonou a rotina saudável. Três meses após o acidente cardíaco, Kayo retomou a vida focada apenas no trabalho.
Segundo Ghorayeb, férias são obrigatórias não só do ponto de vista trabalhista, mas também biológico, porque o corpo precisa descansar.
O médico explicou que, após seis meses, a maioria desiste de se cuidar - o que também ocorre com hipertensos e fumantes. De acordo com Kalil, as principais dicas para evitar um infarto são: controlar a pressão e a glicose, não fumar e seguir a medicação corretamente. Após 60 dias de um acidente, já é possível praticar atividades físicas.
Além disso, mau humor e tristeza podem aumentar os riscos cardíacos, disse Ghorayeb. Pessoas bem-humoradas tendem a evoluir melhor no tratamento e na recuperação.
Levar a sério a promessa de ter uma vida mais equilibrada e de qualidade não é tarefa fácil: exige persistência e muita força de vontade. O repórter Renato Biazzi acompanhou a trajetória do corretor de seguros José Roberto de Melo, que teve um infarto há dois meses e há 45 dias foi operado do coração.
Pensando Leve
Dois meses após a cirurgia de redução de estômago, o advogado Alexandre Berthe ainda não pode comer gorduras nem tomar refrigerante, mas já começou a fazer atividade física.
Para ajudá-lo, o preparador físico e consultor do Bem Estar José Rubens D'Elia deu dicas de exercícios para fortalecer a musculatura.
Os dois trotaram, depois fizeram uma caminhada rápida - e os batimentos cardíacos de Alexandre chegaram a 151 por minuto. Por fim, houve uma sessão de alongamentos, agachamento e movimentos para as pernas.
O advogado está disposto a vencer o sedentarismo e se mexer, mas na academia ainda enfrenta limitações. Por isso, ele apenas anda na esteira e faz alongamentos.
Fonte: g1.globo.com/bemestar | 19.05.11