Publicado por Redação em Notícias Gerais - 01/03/2012
Mantega diz que IOF maior inibe capital de curto prazo e descarta taxar IED
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou nessa quinta-feira que a mudança na cobrança de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) em empréstimos no exterior "é uma medida importante para o câmbio". Ele destacou que a empresa que pegar empréstimo lá fora com menos de três anos terá que pagará 6% de IOF. "Estamos desestimulando a entrada de capital de mais curto prazo no Brasil. Hoje há uma sobra de liquidez no mercado internacional", justificou. Mantega destacou que os países avançados estão expandindo o crédito, praticando uma política monetária expansionista.
"Estão reduzindo os juros e aumentando o volume de crédito. O problema é que este crédito não vai para o setor produtivo, mas para o setor financeiro que tem que aplicar estes recursos", disse. O ministro afirmou ainda que, como a oportunidade de ganho de rendimento é pequena nos países avançados, as aplicações estão indo para países emergentes mais sólidos que pagam uma maior rentabilidade.
Ele afirmou que "não existe patamar ideal para o câmbio". "O que sabemos é que câmbio a R$ 1,50 ou R$ 1,60 é ruim para a economia brasileira, é ruim para a indústria e para as exportações. É claro que R$ 1,80 é melhor que R$ 1,50", disse. Apesar de afirmar que o patamar mais elevado é melhor para a economia brasileira, o ministro da Fazenda disse que o governo "não está buscando R$ 1,80, nem R$ 1,70". "Gostamos da mobilidade do câmbio flutuante", comentou.
Investimento
Mantega destacou ainda que o governo não cogita taxar Investimento Estrangeiro Direto (IED), que é saudável para o País, porque gera emprego e paga imposto. "Então isto é desejável", disse.
Ele disse que as medidas adotadas pelo governo nos últimos anos têm sido efetivas. Ele destacou que o real estava em torno de R$ 1,55 por dólar no primeiro semestre de 2011. "Tomamos várias medidas de derivativos e etc e, no segundo semestre, o câmbio desvalorizou", disse.
Um estudo do Fundo Monetário Internacional (FMI), disse o ministro, mostra que as intervenções do governo foram eficazes. "O câmbio estaria abaixo de R$ 1,50 se não fossem as medidas", disse. Ele destacou que o Brasil está sólido e estável e, por isso, é normal que haja uma procura pelo Brasil para aplicação de recursos. "Os que trabalham na órbita da especulação devem ser penalizados", afirmou.
Fonte: economia.estadao.com.br