Publicado por Suporte AW em Saúde Empresarial - 15/04/2011
Limitar tratamento de fertilidade pode salvar vidas e dinheiro
Se as mulheres que se submetem a tratamentos de fertilização in vitro se limitassem a transferir um embrião por vez, vidas seriam salvas e dinheiro seria economizado, indicaram médicos canadenses nesta quinta-feira.
"Em todo o Canadá haveria 840 menos bebês internados na NICU (Unidade de Tratamento Intensivo Neonatal, sigla em inglês), 40 mortes seriam evitadas, teríamos menos 46 danos cerebrais e 42.400 dias a menos de hospitalização no NICU", disse Keith Barrington, principal autor do estudo publicado no US Journal of Pediatrics.
A NICU tem um custo diário de US$ 1.000 por bebê, o que significa que seriam economizados US$ 42,4 milhões por ano se a transferência de embriões fosse restrita, segundo dados reunidos pelos médicos da Universidade de Montreal.
As mulheres ou casais que têm dificuldades para procriar optam muitas vezes pela fertilização in vitro (FIV), que une o óvulo e o espermatozoide fora da matriz e depois implanta o embrião fertilizado no útero da mãe.
As pacientes podem optar pela transferência de vários embriões de uma só vez com a esperança de aumentar as chances de engravidar e para reduzir a quantidade de vezes que o procedimento é realizado, já que é muito caro --custa entre US$ 10 mil e US$ 15 mil.
Os pesquisadores de Montreal decidiram examinar os registros do Royal Victoria Hospital de Quebec para determinar o impacto da FIV na gestação de gêmeos, trigêmeos e outros múltiplos.
No ano passado, a província francófona de Quebec decidiu que pagaria três ciclos de FIV para as pessoas em tratamento, mas fixou a política de transferir um embrião por vez.
Os pesquisadores analisaram os registros entre 2005 e 2007, anteriores ao estabelecimento desta política.
Durante este período, 17% dos bebês internados na NICU --um total de 82-- eram de nascimentos múltiplos resultantes de tratamentos de fertilidade, e 75 deles provinham da transferência de vários embriões.
"Entre estes 75 bebês houve seis mortes, cinco que desenvolveram sangramento cerebral e quatro bebês que desenvolveram potencial cegueira", disse Barrington, médico da Universidade de Montreal.
Se o resto do Canadá seguir a mesma política de Quebec, os nascimentos múltiplos e suas complicações cairiam drasticamente, argumenta o estudo, que recomenda que toda a regulamentação seja acompanhada por uma política de reembolso por qualquer custo adicional que os futuros pais tenham.
Fonte: www1.folha.uol.com.br | 15.04.11